A EDP quer “acelerar as redes inteligentes” em Portugal e vai fazer um investimento de 500 milhões de euros a nível da distribuição elétrica nacional ao longo dos próximos 10 anos. O plano faz parte do programa InovGrid 2030 e foi já apresentado ao secretário de Estado da Energia, João Galamba. Tal como elucidou João Marques da Cruz, administrador executivo da EDP, ao Jornal de Negócios, o plano tem em vista “responder aos desafios da transição energética”, dotando as redes com tecnologia inteligente e reduzindo a quantidade de cobre utilizada.
O responsável assegurou que o investimento não terá impacto no consumidor final, acrescentando que a componente das redes na fatura de eletricidade corresponde a 12%, um valor que afirma que tem vindo a descer desde 2010. Com a promessa de ser um “acelerador das redes inteligentes”, o plano não precisará de apoio público, afirmou João Marques da Cruz, sendo que permitirá também a introdução de novos serviços como, por exemplo, a venda de energia entre imóveis.
No âmbito do InovGrid 2030, a EDP vai investir também, a partir de 2020, num projeto piloto em redes inteligentes em parceria com universidades no Parque das Nações. A criação do Digital Energy Center é outra das prioridades do programa, a qual pretende “integrar as diferentes plataformas digitais de gestão e supervisão da rede inteligente, garantindo uma visão transversal do sistema elétrico”, afirmou João Marques da Cruz.
No entanto, o responsável indicou que existe uma condicionante que pode colocar em causa todo o plano. A futura decisão do governo em relação à atribuição de concessões, a qual terá por base as conclusões do estudo solicitado ao INESCTEC acerca da rede de baixa tensão, poderá ter um impacto no investimento da empresa, em especial, “se houver desagregação ou se for para entrar novos operadores”, esclarece o administrador executivo da EDP.
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