A Prometheus é uma promotora imobiliária com projetos na Maurícia e em Portugal, mais especificamente na Madeira, onde tem cinco empreendimentos de luxo, e mais iniciativas em desenvolvimento. Duas das vivendas já foram vendidas, e pagas em criptomoedas, e a empresa tem planos para continuar a ligar o desenvolvimento de casas de luxo a tecnologia de blockchain.
Priyesh Patel, CEO da empresa, explicou ao SAPO TEK que o novo projeto em desenvolvimento é o The Royal Blockhouse, pensado em conjunto com alguns dos maiores influencers europeus na área do imobiliário. A iniciativa, que é apontada como a primeira do género no mundo imobiliário, conjuga a tecnologia de blockchain e as infraestruturas NFT.
"O projecto blockchain, que está a participar na construção do The Royal Blockhouse, inspira-se em tudo o que diz respeito à blockchain tal como a conhecemos, desde o design, a velocidade, até à simplicidade", sublinha Priyesh Patel. "Estamos a dar mais um passo em frente para podermos gerir toda a tecnologia doméstica inteligente da casa na blockchain, juntamente com a gestão do aluguer e até mesmo a venda de imóveis utilizando NFTs (Tokens Não Fungíveis)", afirma Priyesh Patel.
O gestor garante que "somos os primeiros do mundo a fazer isto e a nossa intenção é demonstrar um novo futuro disruptivo onde as coisas são familiares, mas mais rápidas, maiores e melhores".
O projeto vai ter 20 unidades em Portugal e Espanha. "Estas casas estarão no local, construídas e prontas para viver no prazo de 2 meses. É algo excitante em que estamos a trabalhar", sublinha.
Casas para viver e para investir, geridas em blockchain
As vivendas de luxo do empreendimento foram projetadas por arquitetos da Prometheus, escandinavos e portugueses, juntando-se aos projetos já existentes, o Aurora e Interestelar, na Calheta, e o projeto Saudade, na Ponta do Sol, têm entrega prevista para 2022,
As moradias serão totalmente geridas na blockchain, desde as funcionalidades smart home, ao licenciamento, direitos de propriedade, aluguer, taxas, tecnologia, acessos, pagamentos, condomínio, entre outros. Segundo a empresa, os investidores podem adquirir as propriedades de luxo em grupo e ganhar dinheiro com as rendas, detendo tokens que representam uma parte de uma propriedade. "Isto permitirá aproveitar os fluxos de receita provenientes das rendas sem a necessidade de comprar o ativo subjacente pelo preço total", explica.
Tal como aconteceu com a venda das primeiras vivendas que foram pagas em criptomoedas, Priyesh Patel garantiu ao SAPO TEK que tudo é feito de acordo com as regras. "A lei prevalece sobre tudo. Assim, garantimos que as nossas transações são conformes e, em última análise, “we tick all the boxes” necessárias para concluir uma venda".
O gestor explica que a criptomoeda é apenas uma forma de pagamento. "O que importa é que o processo legal [“due process”] de compra de casas seja seguido e os pagamentos sejam recebidos nas contas bancárias da empresa em formas aceitáveis de moeda, tais como Euros", adiantando que "desenvolvemos políticas para assegurar que podemos atingir este objetivo e satisfazer todas as obrigações. Não temos quaisquer desafios, uma vez que não possuímos as moedas criptográficas nas suas formas nativas após a receção dos pagamentos, mas sim de volta em Euros.".
Questionado sobre se estes esquemas podem facilitar a fraude, Priyesh Patel lembra que "a blockchain é transparente, qualquer pessoa no mundo pode ver quem enviou o dinheiro e para onde ele foi. Além disso, todas as trocas requerem agora ID e KYC [Know Your Customer] em grande detalhe".
"Eu iria ao ponto de dizer que a criptografia é agora mais transparente do que os bancos quando se trata de analisar as transações entre duas partes. Está aberta ao escrutínio público sem necessidade de pedidos ao abrigo da “liberdade de informação”", sublinha. "Na realidade, é impossível esconder a identidade de um comprador e a fonte de fundos porque tudo acontece na blockchain juntamente com a KYC antes dos acordos de venda."
O gestor acrescenta ainda que a empresa verifica sempre a origem dos fundos e as identidades dos compradores. "Temos firmas jurídicas que efetuam todas as diligências e transações com um notário".
A utilização dos NFTs no imobiliário
A iniciativa vai também disponibilizar a posse dos imóveis também estará disponível como um NFT (Token Não-Fungível). Priyesh Patel explica que a ideia é começar com a demonstração básica de como pode comprar e vender um imóvel por NFTs, mas o objetivo é ir mais longe. "Depois mostraremos aos nossos proprietários como podemos alavancar os seus rendimentos de arrendamento de propriedades de formas nunca antes vistas, como poderão encontrar compradores internacionais das suas propriedades via NFTs, o que seria impossível antes".
Ao SAPO TEK o gestor dá o exemplo de um investidor na Gronelândia que compra uma casa através de um NFT na Madeira e, alguns anos mais tarde, pode vendê-la sem a ter visto ou vivido nela. "A propriedade é sempre gerida pela equipa jurídica, mas muda a forma como vê a propriedade, torna-se um investimento do qual recebe o seu rendimento por arrendamento, ou vende-a quando é feita a um clique num botão a outro investidor internacional, que de outra forma nunca teria comprado a propriedade na Madeira".
Para o CEO da Prometheus, "o que estamos a desenvolver facilita uma inovação que pensamos ser necessária em bens imobiliários, tal como possuir um raro imóvel de coleção que pode optar por deter ou vender".
Na base estão os “Smart Contracts” (Contratos Inteligentes) que "permitem que os NFT possam ser aplicados a praticamente tudo o que se possa imaginar e têm um tremendo caso de utilização com total transparência", defende. "Imagine poder comprar milhões de dólares de bens como a construção de um novo projeto habitacional, realizar os seus ganhos uma vez concluído, distribuir os seus royalties de forma justa e aberta, sem obstáculos incómodos no mundo real". Para o gestor, o principal benefício aqui é o acesso ao capital, rapidez, transparência e acessibilidade. "É preciso ter a ideia de que qualquer pessoa pode fazer tudo e dar poder aos particulares em investimentos imobiliários".
Mesmo assim admite que ainda há passos a dar até que todo o processo seja mais linear. "Por enquanto, até as leis mudarem, temos mecanismos para assegurar que as transferências, a KYC, os impostos relevantes e a autenticação no notariado ocorram offline, como exigido por lei no sentido tradicional".
Priyesh Patel defende que "Portugal é muito progressista, e acredito firmemente que executarão a governação e as leis para facilitar a fusão das economias tradicionais com as tecnologias de blockchain. Há uma razão pela qual todos neste setor procuram mudar-se para Portugal, e alguns deles escolheram-nos para comprar as suas casas de sonho enquanto abraçam a revolução".
A empresa está preparada para esta mudança e afirma que quer demonstrar o quanto mais eficiente, acessível e, portanto, lucrativo seria para todos os envolvidos se fosse reduzida a burocracia dos encargos processuais com que é necessário lidar atualmente.
"A descentralização também devolve o poder às pessoas, que é aquilo em que a sociedade é construída, e contratos inteligentes são a forma como tornamos a criptografia funcional e viável no mundo real", defende.
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