"Moçambique é um país muito vulnerável, ainda não temos a maturidade suficiente para consolidar alguns passos no que diz respeito à segurança", declarou Eduardo Vicente, falando à comunicação social, à margem de uma conferência internacional sobre segurança cibernética que decorre em Maputo.
Só no primeiro semestre deste ano, segundo dados oficiais, o Ministério Público (MP) moçambicano registou um total de 367 processos relacionados a crimes cibernéticos e, embora os números representem uma redução em 6,6% comparando com igual período de 2022, a situação ainda é descrita como alarmante.
"É pena que muitas empresas que são atacadas não disponibilizem essa informação, por questões, às vezes, de imagem, por questões internas", declarou Eduardo Vicente.
Segundo o diretor-geral da Bravantic, o processo de transformação digital que muitos empresas estão a assistir em África torna o continente um terreno para ameaças cibernéticas.
"África cresce muito [...] e, por vezes, neste processo, as coisas são feitas de um modo imediato e sem a consolidação na área da segurança", observou a fonte, que aponta maior investimento na segurança e formação de quadros como fundamentais.
Segundo o anterior censo populacional realizado em 2017, dos cerca de 30 milhões de habitantes, um quinto da população moçambicana tem telemóvel, mas só 6% tem acesso à internet. A percentagem de população com acesso a computador é de 4,4%.
Em 2018, o Governo moçambicano aprovou uma resolução que ratifica a convenção da União Africana sobre cibersegurança e proteção de dados. Em fevereiro do ano passado, um ataque cibernético deixou inoperacionais vários portais oficiais, mas, segundo as autoridades, a situação foi controlada após algumas horas.
Criado em 1996, o grupo Bravantic, de capital exclusivamente português, opera no Brasil, Angola, Cabo Verde e Emiratos Árabes Unidos, além de Moçambique, assegurando soluções tecnológicas a empresas.
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