A edição de 2022 do Web Summit começou ontem e a organização já confirmou que foram batidos recordes de participação, com mais de 71 mil visitantes nos espaços dedicados à cimeira tecnológica, entre a Altice Arena e os pavilhões da FIL. A qualidade das redes de comunicação, que nos últimos anos foi apontada como um dos fatores de sucesso, já passou a fazer parte da normalidade e para que tudo funcione há uma equipa que está a trabalhar na gestão e supervisão, um trabalho que começou há mais de dois meses.
"A Altice está mais do que habituada a estes eventos", explica João Teixeira, CTO da Altice Portugal, detalhando que existem mais de 50 quilómetros de cabo de rede e fibra óptica instalados para suportar as comunicações de 71 mil visitantes e 150 mil equipamentos ligados. A empresa tem dois centros de monitorização de atividade, um no espaço da FIL e outro em Picoas, com uma equipa de 100 pessoas preparada para intervir em caso de necessidade e com supervisão permanente das redes wireless, TV, de cabo e móvel, onde se inclui já também a ligação 5G.
O maior desafio é manter a rede a funcionar sem falhas. "Temos expositores que estão a fazer demos live, pessoas que querem aceder a informação e a nossa maior preocupação é que as comunicações não sejam um problema", justifica.
Embora a Altice Portugal esteja habituada a outros grandes eventos, como festivais de música, João Teixeira destaca que o perfil dos utilizadores é muito diferente, com exigências mais específicas e não apenas a partilha de fotos e vídeos em redes sociais.
Na sala operacional faz-se a monitorização do Web Summit, com plataformas para acompanhar a performance dos acessórios associados, e a qualidade da ligação a vários países do mundo. "Cabe-nos a nós não só monitorizar o nosso ambiente de rede mas também os quatro cantos do mundo, em real time, e por isso as exigências são muito superiores", explica Artur Costa, diretor de operações e serviços de cliente.
A segurança dos sistemas é uma das preocupações, e a visita de Olena Zelenska, mulher do presidente da Ucrânia, oradora surpresa na sessão de abertura, levou a cuidados adicionais. "Temos dois tipos de proteção, a periférica, como operador, e a concentrada no evento", admite Artur Costa, detalhando que há dois tipos de ataques, o volumétrico e o dirigido, que visa ser intrusivo nas infraestruturas, e que aqui são aplicadas as melhores práticas de segurança.
"Ontem tivemos as pessoas dedicadas a verificar tudo o que se passava com a alarmística e os sistemas de forma a garantir que não havia nenhum problema associado à presença da esposa de Victor Zelensky", adiantou Manuela Coutinho, responsável do Global Operations Center. Embora não comente se já foram identificados problemas de segurança nos últimos sete anos, a responsável lembra que "não precisamos que haja problemas, estamos sempre proativamente a monitorizar serviços, não só na rede wireless mas também móvel e todas as redes que suportam as comunicações".
"Tivemos dois meses de preparação intensiva do evento, que passa também por precaver e antecipar vários cenários possíveis de crise para atuar proativamente. Isso faz parte do nosso ADN", sublinha Manuela Coutinho.
As contas sobre o tráfego total de comunicações e as ligações únicas vão ser partilhadas no final do evento, que decorre até dia 4 de novembro, mas contam-se já mais de 288 terabytes de tráfego gerado nas últimas edições, com mais de 51 mil dispositivos únicos ligados por dia.
O SAPO TEK vai acompanhar toda a edição do Web Summit em direto, já a partir de hoje e até dia 4 de novembro. Siga todas as notícias aqui, seguindo também a transmissão em direto no palco principal.
Veja ainda algumas das principais imagens que a equipa do SAPO TEK vai recolhendo por dentro do Web Summit
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