Quando foi lançada a Chave Móvel Digital trazia consigo a promessa de massificar o sistema de autenticação que tinha sido criado com o Cartão de Cidadão e que, mais de 10 anos depois, continua a ser pouco utilizado como ferramenta de acesso e identificação em serviços online, ou para assinatura de documentos digitais.
Pedro Silva Dias, Presidente do Conselho directivo da AMA, partilhou hoje alguns dados numa conferência organizada em conjunto com o MUDA, referindo que mensalmente são feitas mais de 132 mil autenticações digitais com Cartão de Cidadão, e que a Chave Móvel Digital já tem mais de 160 mil utilizadores. Em 2018 já foram feitas mais de 241 mil autenticações com recurso ao telemóvel.
Com o lançamento da Chave Móvel Digital, criada em 2014, a ideia era oferecer uma ferramenta complementar ao Cartão de Cidadão, dispensando a utilização de um leitor de smartcard (que identifica a informação no chip) e combinando um Pin com o número de telemóvel para identificar o cidadão perante as entidades públicas e serviços online. O sistema poderia ser usado no PC, no telefone ou no tablet sem problemas de ligação de equipamentos externos, não suportados em alguns casos.
Três anos depois o conceito mudou e cresceu, e a Chave Móvel Digital tem hoje mais funcionalidades, incluindo os atributos profissionais do cidadão – que também já estão associados ao Cartão do Cidadão, e mais recentemente permitindo a assinatura digital de documentos. Tudo no telemóvel ou no tablet, mas também no computador pessoal.
Graça Fonseca, Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, lembrou que o Governo está há três anos a trabalhar com a Chave Móvel Digital e que a preocupação era construir mais casos de uso. "De nada vale ter ferramentas fantásticas se não há forma de as usar", explicou, adicionando a ideia de que é preciso divulgar estes casos de uso.
"Hoje mais de 50 portais públicos têm Chave Móvel Digital", referiu, adiantando ainda que mais de 25 entidades públicas estão a desenvolver os seus serviços para suportar esta ferramenta.
Por enquanto os números não acompanham ainda as vantagens do serviço. Segundo os últimos dados, já aderiram à Chave Móvel Digital mais de 160 mil pessoas, longe dos 10 milhões de cidadãos portugueses e dos 13 milhões de números de telemóveis ativos. Mas a AMA e a Secretaria de Estado da Modernização estão a trabalhar para fazer crescer os números, e há várias ideias em cima da mesa.
Parcerias Público Privadas benéficas para o Estado
A secretária de Estado referiu na sua apresentação a importância das parcerias público-privadas para disseminar a utilização da Chave Móvel Digital, e valorizou a experiência do MUDA e as primeiras empresas que disponibilizam o serviço. O alargamento da possibilidade de usar a Chave Móvel Digital fora dos serviços da Administração Pública é uma das novidades hoje anunciada, e esta tem um potencial importante para fazer crescer o serviço.
A EDP, MEO e Millennium BCP são as primeiras empresas a integrar este sistema de autenticação nos seus serviços, mas outras podem seguir-se, como admitiu hoje a secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, numa conferência em Lisboa.
A MEO foi mesmo a primeira empresa privada a colocar no seu portal a autenticação com Chave Móvel Digital, que está a funcionar desde sexta feira passada, como referiu João Epifânio, Chief Sales Officer B2C da Altice Portugal. "Acreditamos que a Chave Móvel Digital irá potenciar a digitalização da vida das pessoas e das empresas e queremos fazer parte deste movimento", sublinhou
Numa altura em que os sistemas de autenticação fortes, com a identificação inequívoca do utilizador, são cada vez mais importantes para evitar a fraude, a Chave Móvel Digital pode tornar-se o meio de autenticação de base para muitos serviços.
Nota da Redação: A notícia foi actualizada com mais informação após a conferência. Última actualização às 19h40
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