Segundo a Check Point Technologies, o mercado negro para a venda de certificados falsos de vacinação está com um crescimento exponencial. A especialista em cibersegurança diz que tanto o número de anunciantes como subscritores dispararam, tendo multiplicado 10 e 12 vezes, respetivamente. E em Portugal já se encontra documentos falsos por volta dos 150 euros. A especialista alerta ainda para as novas técnicas de venda, que utilizam bots para criar certificados “on demand”.
A Check Point diz que o certificado de vacinação falso expandiu-se para 29 países, com estreia de Portugal na lista, juntamente com a Áustria, Brasil, Letónia, Lituânia, Malta, Singapura, Tailândia e Emirados Árabes Unidos.
Em agosto, a especialista tinha identificado 1.000 anunciantes no Telegram, mas atualmente diz que existem 10 mil utilizadores a oferecer a venda de certificados de vacinação falsos. O crescimento da oferta justifica-se pelo aumento da procura, que na rede social Telegram os vendedores organizam-se em grupos. Diz que recentemente houve uma aceleração do número de subscritores, com alguns grupos a chegarem aos 300 mil membros. “A drástica subida deve-se, no entender da Check Point Research, ao plano de vacinação obrigatória anunciado pela administração norte-americana na passada semana”.
É ainda referido a aumento de sofisticação na forma de oferecer os documentos falsos. Os investigadores da Check Point descobriram que na Áustria, por exemplo, há um bot do Telegram que cria certificados falsos de forma gratuita. Os utilizadores interessados apenas precisam de preencher os dados relevantes, sendo partilhado um ficheiro PDF com todas as informações providenciadas.
A especialista destaca que este tipo de negócios era anteriormente feito em canais da Darknet, cujo acesso era mais restrito, limitado por software específico. Mas nos últimos nove meses, o mercado negro tem vindo a transferir-se para o Telegram. Esta plataforma é descrita como apelativa pelos anunciantes devido às possibilidades de anonimato, o seu alcance e escala.
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