O site que permitia o registo de cidadãos para a participação no referendo que ditou a intenção da população britânica em abandonar a União Europeia pode ter sido alvo de hackers pouco antes da data limite para a inscrição de votantes. De acordo com um comité de legisladores do Reino Unido, o ataque pode ter sido conduzido por hackers estrangeiros e pode ter sido a causa para o crash que se registou no portal.
Mais de um milhão de pessoas solicitou o registo online durante as duas semanas anteriores ao prazo limite determinado para o efeito e o governo viu-se obrigado a estender a data depois do site ter ido abaixo. Na altura, a justificação dada pelo executivo para o crash prendia-se com uma afluência excessiva no website durante as horas que antecederam o fecho dos registos.
O cenário de hipóteses foi, no entanto, alargado. De acordo com um relatório elaborado pelo Comité Parlamentar dos Assuntos Constitucionais e da Administração Pública (PACAC), a possibilidade de ter sido endereçado um ataque DDoS ao portal não está excluída. "A PACAC está profundamente preocupada com as hipóteses de interferência externa", pode ler-se no documento a que a Reuters teve acesso e que declara ainda que o grupo acredita que o resultado final não foi influenciado.
A Rússia tem sido acusada de ter tentado influenciar as presidenciais norte-americanas de 2016 e, com este assunto em mente, o comité disse que o governo precisa de assegurar que eleições e referendos futuros são monitorizados de forma pensada para que quaisquer ciberataques possam ser contidos em tempo útil.
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