Apesar de estar mais do que consolidada enquanto ferramenta de segurança para as autoridades chinesas, as tecnologias de reconhecimento facial ainda não parecem estar afinadas o suficiente para funcionar em pleno. Um relatório publicado recentemente pela polícia do Sul do País de Gales sublinha as dificuldades deste sistema. Num exercício de teste, conduzido durante a final da Liga dos Campeões de 2017, em Cardiff, a tecnologia identificou 2.470 pessoas como potenciais criminosos. A taxa de sucesso foi de 8%.
A polícia justificou os resultados com as “imagens de pobre resolução”, providenciadas pela Interpol e pela UEFA, e com a juventude da tecnologia. “Não existem sistemas de reconhecimento facial que sejam 100% infalíveis em todas as condições de funcionamento”, escreveu a autoridade galesa.
Pelo lado positivo, a polícia sublinhou que o sistema identificou 2.000 pessoas com cadastro nos últimos nove meses, e que foi responsável por 450 detenções durante esse mesmo período de tempo, sendo que nenhum dos detidos foi erradamente identificado. A precisão tem estado a aumentar, mas o problema reside na utilização deste sistema em eventos de grande afluência, onde a tecnologia não parece estar apta a operar na sua plenitude.
O facto de o sistema ainda não ter levado os polícias a deter cidadãos não procurados pela justiça, serve de argumento à defesa deste sistema. Os agentes dizem que para complementar a informação dada pelo sistema, é normalmente feita uma verificação manual da suspeita. Adicionalmente, a equipa de intervenção pode ainda interagir com o suspeito para determinar se se trata da pessoa correta.
Na final da “Champions”, 2.297 pessoas foram erradamente assinaladas. Dado o contexto de teste, nenhuma pessoa foi detida na sequência do exercício.
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