Na madrugada do dia 25 de setembro de 1993 foi lançado no espaço o PoSAT-1, a partir de Kourou, na Guiana Francesa. Foi o primeiro satélite português, construído através de um consórcio de empresas e universidades, tais como a Marconi, Alcatel, EFASEC, o IST e outras, num projeto liderado pelo cientista Fernando Carvalho Rodrigues.
Durante 13 anos o satélite operou nas suas funções, uma longevidade muito superior aos cerca de cinco/oito anos de tempo de vida estimados do equipamento. Foi utilizado para observar o planeta e operar ao serviço de empresas de telecomunicações de diversos países, inclusivamente o exército português.
Embora o PoSAT-1 tenha ficado marcado pela entrada de Portugal no grupo de países com um programa espacial, este não teve continuidade. Atualmente, o “corpo celeste” metálico, com cerca de 50 quilos e meio metro de altura encontra-se na sua viagem silenciosa em órbita da Terra, prevendo-se a sua morte física em 2043. Estima-se que tenha recebido um investimento de cinco milhões de euros.
Em entrevista à TSF, o cientista português que liderou o projeto lembra a tensão e o cansaço sentidos no dia do lançamento do satélite, seguindo-se de semanas de treinos para que tudo corresse bem. Relembra ainda as palavras do maior investidor, Nobre da Costa, o dono da EFASEC: “espero que saiba o que anda a fazer porque eu tenho lá 600 mil contos (três milhões de euros)”.
O professor catedrático salienta que outro projeto, avaliado em 131 milhões de euros e que foi cancelado, destinava-se à criação de uma rede de 26 satélites, dos quais três estariam permanentemente em observação de Portugal, garantindo as comunicações. Se tivesse avançado, Portugal poderia estar hoje numa posição privilegiada no sector espacial que movimenta muitos milhões, refere. Ainda assim, tem esperança de que em 2020 seja colocado em órbitra um novo satélite nacional, através do cluster português ligado às indústrias da Aeronáutica, Espaço e Defesa.
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