Se vir alguém estender a mão e aproximá-la de um terminal de pagamentos para pagar a fatura de um supermercado, não fique admirado. Os implantes de microchips para pagamentos contactless estão a ser aplicados desde 2019 pela empresa polaca Walletmor, que se afirma como a primeira a comercializar a tecnologia. Para já, a empresa vendeu mais de 500 destes chips contactless.
Numa história publicada pela BBC, a empresa diz que o implante pode ser utilizado para pagar uma bebida numa praia ou um corte de cabelo, em qualquer local do mundo em que sejam aceites pagamentos via contactless. O chip pesa menos de uma grama e é pouco maior que um bago de arroz, sendo composto por um microchip e uma antena, envolvido num material natural composto por Biopolímero, semelhante a plástico.
A empresa afirma que o microchip é seguro, tem as devidas aprovações das leis e fica de imediato pronto a trabalhar após implantado. Este não requer alimentação de energia. A tecnologia comunica através de NFC, o mesmo sistema de pagamentos contactless utilizados nos smartphones.
Relativamente às preocupações gerais sobre a segurança e privacidade, a Walletmor diz que a sua tecnologia é a mesma que as pessoas utilizam no seu dia-a-dia, com a diferença de que esta se encontra implantada no seu corpo, dispensando um cartão ou smartphone. E que a sua ativação necessita ser feita a uma distância muito próxima dos terminais magnéticos.
Uma especialista de fintech, Theodora Lau, entrevistada pela BBC, disse que os implantes de chips de pagamentos acabam por ser uma extensão de Internet of Things, uma nova forma de conetividade e troca de dados. No entanto, apesar de acreditar que muitas pessoas estão abertas a essa ideia, para facilitar os pagamentos, afirma que esse benefício tem de ser medido com os riscos associados, devido aos chips terem dados pessoais dos utilizadores. “Quanto estamos dispostos a pagar pela conveniência? Onde traçar a linha quando se questiona a privacidade e segurança?”, questiona a especialista. A questão do “lado negro” da tecnologia é igualmente referida pelo potencial da sua utilização abusiva.
A utilização de implantes de microchips não está apenas ligada aos pagamentos. Os chips contactless podem ser utilizados por pessoas com deficiências para ajudar a abrir portas automaticamente, por exemplo. Essa é aliás, a especialização de outra empresa, a BioTeq, do Reino Unido, que produz chips contactless desde 2017, também afirma que a tecnologia é segura. A empresa já fez cerca de 500 implantes, embora a pandemia tenha reduzido a procura.
A propósito dos implantes de chips, também conhecido como “human body augmentation”, a Kaspersky realizou um estudo a nível europeu em 2021, salientando que quase metade (46,5%) dos europeus acreditam que as pessoas devem ser livres de melhorar o corpo, caso decidam. Portugal e Espanha são os países em que as pessoas mais aceitam as modificações biónicas no corpo.
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