Recentemente, o Governo chinês impôs uma das mais pesadas leis no consumo de videojogos aos menores de 18 anos, uma decisão que está a mexer com o negócio do gaming na China. As novas regras proíbem os jogadores menores a jogarem mais que três horas por semana, ou melhor, uma hora na sexta, sábado e domingo, sendo os restantes dias proibido.
Já havia outro tipo de restrições desde 2018, mas as leis foram agora expandidas para um controlo severo de menores. À Sexta os menores só podem jogar entre as 20 e 21 horas da noite, restando-lhes uma hora para acederem a videojogos no sábado, domingo e feriados. Anteriormente podiam jogar até 90 minutos por dia de semana e até três horas ao fim de semana. O objetivo do Governo é evitar que os menores fiquem viciados em jogos online, procurando proteger o crescimento das crianças em tempo de escola.
A indústria do gaming reagiu imediatamente, pela negativa, levando à queda de valor das ações de algumas editoras, como a NetEase, que baixou 3,4% e a Tencent o mesmo valor, mas acabou por recuperar 1,6%.
As novas leis entraram em vigor esta semana e já se refletem nas plataformas de retalho. A JD.com, a segunda maior plataforma de e-commerce da China deixou de vender 86 jogos devido às novas regras. Títulos populares como FIFA 21, The Last of Us 2 e até Super Mario Maker 2 foram retirados do catálogo.
Para controlar que as regras sejam cumpridas, as plataformas têm de registar os jogos e o respetivo acesso, com a identificação dos utilizadores, procurando assim barrar os menores fora do período autorizado. E como alguns jogos não podem ser registados oficialmente no sistema da empresa, torna-se difícil de controlar quem joga em offline, por exemplo.
Não se sabem as razões ao certo que levaram cada jogo a ser retirado da plataforma. A JD.com já tinha afirmado que iria banir qualquer jogo que violasse a constituição chinesa ou leis de segurança nacional. Nessa lista estão jogos que promovam a vulgaridade, pornografia, apostas e violência. Dentro destes critérios consegue-se entender facilmente a razão de The Last of Us 2 ter sido retirado, mas mais complicado é encaixar jogos de desporto como o FIFA 21 ou mesmo o Super Mario Maker 2 nessa lista. Provavelmente as cartas dos jogadores do Ultimate Team que saem em saquetas fechadas terá sido a razão, ao ser considerado apostas.
Em situações anteriores, muitas empresas tentaram vender jogos com nomes trocados, diz a South China Morning Post, como por exemplo, o Resident Evil 2: Remake que chegou a ser vendido com o nome “First Day on the Job at the Police Station: Remake”, para contornar as restrições. A publicação dá ainda conta que o Governo tem reforçado a fiscalização, e desde abril foram presos 54 importadores e apreendidos cerca de 11,9 milhões de dólares em consolas.
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