A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) tem trabalhado em metodologias óticas para detetar lixo marinho, em particular plástico, a partir do espaço. A pensar no alcance desta meta, a ESA conta com a ajuda de várias instituições portuguesas e assinou um contrato para validar e desenvolver uma tecnologia para futura utilização em satélites de monitorização.
No âmbito do projeto o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) assinou um contrato com o Programa Tecnológico de Apoio Geral (GSTP, na sigla em inglês) da ESA. O objetivo passa por testar tecnologias de perceção sensorial com capacidade de deteção de plásticos em zonas costeiras e em águas pouco profundas.
Consistindo em medições com sensores hiper-espectrais para deteção remota de lixo marinho, os testes serão realizados entre maio e junho, em aviões tripulados e em drones, com as ações a realizarem-se ao largo do Faial, nos Açores. Em comunicado, Eduardo Silva, investigador do INESC TEC e docente do Instituto Superior de Engenharia do Porto, garante que o primeiro objetivo é a deteção do plástico em si.
Na fase seguinte pretende-se "avaliar a capacidade de identificar os diferentes tipos de plásticos com base nas suas assinaturas espectrais". Para isso, a equipa irá realizar testes de forma a avaliar qual a dimensão mínima de plástico que é detetável.
Paolo Corradi, engenheiro de sistemas óticos, que monitoriza várias atividades da ESA, acredita que este projeto pode "contribuir para alicerçar o desenvolvimento de tecnologias e técnicas de deteção remota ad-hoc". Estes sistemas poderão contribuir para a "resolução do problema global da poluição por plásticos nos nossos oceanos”, depois de, em estudos anteriores, a ESA ter identificado os requisitos observacionais e sensoriais preliminares, necessários à deteção de plástico marinho de um satélite, até determinada concentração.
No futuro, os investigadores esperam que estas tecnologias sejam eficazes na identificação de zonas de “hot-spots” de plásticos flutuantes no mar. Eduardo Silva garante que, depois de testados os sistemas com a ESA, o objetivo é adaptá-los e desenvolvê-los para que possam ser utilizados em satélites de monitorização.
O projeto, que conta com o apoio do Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia, integra ainda o IMAR/Centro Okeanos da Universidade dos Açores e o AIR Centre. Engenharia eletrotécnica, processamento de imagem, física aplicada, ótica e robótica são algumas das áreas de trabalho do programa.
O GSTP apoia desenvolvimentos tecnológicos para futuras missões da ESA, sendo um programa opcional que cada um dos Estados participantes escolhe apoiar.
Nota da Redação: A notícia foi corrigida na referência ao nome do projeto
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