Começou por ajudar os miúdos e, passado um ano, também quer apoiar os graúdos, neste caso a promover o envelhecimento ativo. A portuguesa Teckies está a preparar-se para lançar em municípios, lares e câmaras o projeto a que apelidou de Vida+, com uma mãozinha de robots. O SAPO TeK conversou com Patrick Götz, CEO da empresa lançada em 2018, que explica a “programação” por detrás desta ideia.
Não há dúvidas que a esperança média de vida está a aumentar em todo o mundo, algo que tem sido também acompanhado por uma rápida evolução tecnológica. Por isso, os mais idosos, mesmo que, apenas por necessidade, acabarão mais tarde ou mais cedo por recorrer à tecnologia para tentar resolver os seus problemas.
Foi com esta ideia em mente que Patrick Götz e a sua equipa de mais sete elementos decidiu trabalhar num novo projeto focado nos mais idosos. Designado por Vida+, o projeto pretende chegar a lares e câmaras, mas sobretudo a municípios, e, através da robótica, fazer com que os mais velhos consigam desenvolver três vertentes: a biológica, social e psicológica.
Através de workshops com uma forte componente prática, a iniciativa pretende estimular a aprendizagem de novos conhecimentos, a memória, o raciocínio e a resolução de problemas, sem esquecer a componente motora. Por outro lado, o CEO da Teckies garante que as sessões decorrem em grupo, pelo que se trabalha também na socialização dos idosos, na interação que têm com as outras pessoas e a inclusão digital. Por fim, ao nível psicológico, o projeto procurar aumentar a autoestima dos idosos e promover o desenvolvimento pessoal e a curiosidade, como também acabar com o “receio” das novas tecnologias.
E qual é uma das melhores formas de garantir que isso acontece? Para Patrick Götz a resposta é simples: através de workshops com avós e netos, atividades que fazem parte deste projeto. “As crianças gostam de ensinar os avós”, explica o CEO da empresa. Prevista para durar um ano e ao longo de 40 sessões, uma vez por semana, e “viajar” entre os vários locais escolhidos pelas instituições que aderirem ao projeto, a iniciativa pode ser dividida em quatro grandes fases: workshops iniciais, programação, eletrónica e robótica.
Tendo em conta que os smartphones e os tablets são dos equipamentos que mais interesse e curiosidade despertam nos mais idosos, o projeto Vida + começa, exatamente, com sessões a explicar como estes funcionam e para que servem. Depois dessa fase inicial, a próxima etapa começa a ser mais entusiasmante: a programação. A partir daqui, os participantes começam a perceber de que forma funcionam os robots, partindo para a outra etapa, a da eletrónica. “Carga” e “circuito” passam a ser conceitos que fazem parte do vocabulário dos participantes, que, na próxima e última fase, já sabem o que fazer para pedir determinadas ordens aos robots.
Só na última fase é que os idosos colocam realmente “as mãos na massa”, neste caso, nos robots. Num primeiro nível vão controlar um robot simples, usando como interface um tablet, seguindo para um mais complexo, a quem não será difícil pedir para fazer o pino ou flexões, com Patrick Götz a assumir que o reconhecimento por voz é uma das metas nesta fase final.
A Teckies também quer ajudar os mais novos a “dominarem” a robótica
Quando em 2018 criou a Teckies, Patrick Götz procurou juntar o útil ao agradável, já que sempre quis trabalhar num projeto com crianças. E, considerando que os jovens hoje em dia "sabem absorver informação, mas não sabem resolver problemas sem ela", o CEO da empresa lançou em 2019 o Teckies4Kids, neste caso para, de forma mais dinâmica, ensinar os mais novos, no qual participaram cerca de 750 crianças.
Para o CEO da empresa, as TIC são cada vez mais uma realidade nas escolas portuguesas, mas não são suficientes. “Nas escolas somos vistos como «superstars», porque apostamos em sessões mais dinâmicas”, comenta, considerando que ainda há muito para fazer no ensino em Portugal, numa altura em que as crianças são pouco curiosas porque já têm todas as informações na Internet.
"Enquanto a escola for um sítio de passagem de conhecimento e não para desenvolvimento de competências ainda há muito para melhorar"
Quanto ao futuro, a Teckies está a estudar a possibilidade de usar a robótica na educação para crianças com necessidades educativas especiais, nomeadamente no autismo. Até lá espera conseguir ajudar crianças e idosos a verem na robótica uma forma de aprendizagem importante para lidar com os problemas do dia-a-dia.
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