Elvira Fortunado é gestora do Centro de Investigação em Materiais na Universidade Nova de Lisboa, e inventora do primeiro transístor em papel, valendo-lhe reconhecimento internacional e um prémio monetário de 2,5 milhões de Euros. Desta vez foi o Conselho Europeu para a Investigação a atribuir à cientista uma bolsa no valor de 3,5 milhões de euros, o valor máximo atribuído, sendo a primeira vez que é atribuída a Portugal.
A bolsa foi atribuída ao seu projeto intitulado Multifunctional Digital Materials Platform for Smart Integrated Applications – DIGISMAT com o objetivo a revolucionar a forma como os circuitos integrados e componentes eletrónicos são fabricados. A ideia é encontrar soluções que excluam materiais como o silício, e apostar em matérias-primas que sejam “amigos do ambiente” e sustentáveis, mas com propriedades excecionais à nanoescala, refere a cientista no comunicado.
Um dos objetivos é encontrar forma de um mesmo dispositivo desempenhar mais que uma função. Ou seja, invés de integrar vários componentes para desempenhar uma única e determinada função, o dispositivo terá de ser capaz de executar multifunções, nomeadamente função integrada versus circuito integrado.
O projeto foi submetido no ano passado, tendo sido agora finalizado com sucesso no financiamento. A verba será investida na instalação de um laboratório de nanocaraterização avançada, ambicionando tornar-se numa referência internacional.
“Nós cientistas somos como artistas, estamos sempre à procura da perfeição”, foi assim que Elvira Fortunato se dirigiu ao SAPO TEK em entrevista, sobre a sua “sede” de continuar a evoluir no campo da investigação. O novo reconhecimento e prémio monetário parecem estar de acordo com as suas expetativas.
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