(atualizada)

Não era a primeira opção do Ministério da Educação e o ministro Tiago Brandão Rodrigues deixou bem clara a sua preferência pelo ensino presencial quando anunciou a intenção de fazer uma pausa letiva de 15 dias no âmbito do novo confinamento para combater a pandemia da COVID-19, mas agora deverá ter mesmo de se avançar com as aulas online.

O primeiro ministro admitiu ontem, no programa da "TVI24" Circulatura do Quadrado, que depois de terminarem as duas semanas de pausa em que as escolas estão fechadas, as aulas vão voltar a funcionar, mas com ensino online.

António Costa não acredita que a partir de 8 de fevereiro, quando termina esta pausa imposta com "férias forçadas"., os alunos possam voltar às salas de aula. "Não estaremos perto de poder regressar ao ensino presencial. Devemos retomar o ensino online", afirmou António Costa.

Questionado sobre a falta dos computadores que deveriam ser entregues a alunos e professores, António Costa não avançou uma data para a sua entrega. Durante a conferência de imprensa na semana passada Tiago Brandão Rodrigues confirmava que já foram entregues 100 mil computadores nas escolas e que estão comprados mais 335 mil, que vão ser entregues aos alunos durante o segundo trimestre.

Tiago Brandão Rodrigues tinha anunciado em conferência de imprensa na passada quinta feira que este lote de os computadores já tinham sido comprados no âmbito do programa Escola Digital, numa altura em que existe uma grande procura internacional, e deu até o exemplo de Espanha que tentou fazer uma grande aquisição, mas sem sucesso.

Com o agravamento da situação da pandemia, o Governo decidiu encerrar as escolas de todos os graus de ensino durante duas semanas, não colocando para já como alternativa o ensino à distância, que foi usado no ano passado na primeira fase de confinamento. O Ministro da Educação garantiu que a digitalização das escolas está a avançar mas que nada substitui o ensino presencial, embora referindo que a situação vai ser reavaliada depois de 8 de fevereiro, data até à qual estão suspensas as aulas.

Ainda ontem foi revelado que o ministério terá enviado emails às escolas para se preparem para retomar o ensino à distância.

Ao final do dia o Conselho de Ministros confirmou novas medidas de combate à pandemia, onde se inclui a opção pelo ensino à distância já a partir de 8 de fevereiro, sublinhando-se que o regime não presencial não obsta à realização de provas ou exames de curricula internacionais.

Escola digital para criar condições aos mais desprotegidos

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A compra de computadores para os alunos carenciados é uma das medidas previstas pelo Governo no âmbito da Escola Digital, que reservou  400 milhões de euros para a iniciativa que reforça os equipamentos e a formação digital nas escolas. Prevê-se a entrega de computadores a alunos abrangidos por apoios no âmbito da Ação Social Escolar, iniciando-se com os alunos do escalão A que frequentam o ensino secundário, priorizando aqueles que não têm acesso a equipamentos eletrónicos em casa.

O programa prevê um Kit que inclui um computador portátil, auscultadores com microfone, uma mochila, um hotspot e um cartão SIM para ligação à rede móvel (pressupondo uma utilização responsável de dados móveis). Há 3 tipos de computadores para os diferentes graus de ensino.

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Os equipamentos são cedidos a titulo de empréstimo e os encarregados de educação, ou alunos maiores de idade, têm de assinar um Auto de Entrega e responsabilização pela manutenção do equipamento.

No âmbito do programa está prevista também a formação de professores e a digitalização dos manuais escolares, completando uma estratégia que pretende reforçar um ensino com mais recurso às ferramentas eletrónicas.

Nota da redação: A notícia foi atualizada com mais informação depois do Conselho de Ministros. Última atualização às 20h20