Hoje assinala-se o 50º Dia da Terra, uma data que, todos os anos desde 1970, relembra-nos da necessidade de respeitar todo o ecossistema em que vivemos. Numa altura em que a Humanidade está a passar por um desafio sem precedentes devido à pandemia de COVID-19, o mote de 2020 centra-se nos desafios climáticos e na preparação de um regresso à normalidade mais sustentável.
Neste ano, e tendo em conta os atuais desafios em mãos, a organização responsável pelo Dia da Terra quer criar o maior movimento online em defesa do nosso planeta. O objetivo é gerar uma enorme “onda” de mobilização digital durante 24 horas, lembrando que, independentemente do lugar onde estejamos, todos podemos fazer a diferença: até nas redes sociais.
O Earth Day Live 2020 é um dos eventos em destaque e reúne num palco digital ativistas, assim como figuras públicas e políticas, para um vasto conjunto de discussões, performances e sessões informativas acerca do que está a ser feito em todo o mundo para responder aos desafios climáticos.
É verdade que, para conter a propagação da COVID-19, a vasta maioria da população encontra-se a cumprir as medidas de isolamento implementadas por governos em todo o mundo. No entanto, mesmo em casa, é possível tomar algumas medidas para ajudar a proteger a Terra. Assim, o website do Earth Day lança a todos um desafio de 24 horas de ação, com várias propostas que podem ser feitas a partir de casa e com a ajuda da aplicação Earth Challenge 2020, para Android e iOS.
O que fazer nas 24 horas de ação do Dia da Terra 2020?
Proteger a Terra e preparar o futuro com sapiência e coragem
Em Portugal, a ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável sublinha que, mesmo perante os desafios que a Humanidade enfrenta, é preciso agir com sapiência e coragem. Para superar a crise é necessário unir esforços em torno da transformação dos modelos socioeconómicos, mantendo o foco no bem-estar das pessoas e no estabelecimento de uma relação de equilíbrio e respeito pelos limites do planeta.
A associação preparou um documento com propostas que pretendem apoiar e ajudar a transição, que será partilhado com o Governo português, com o Presidente da República, com os diferentes Grupos Parlamentares e com os representantes nacionais no Parlamento Europeu. Ao todo, as propostas concentram-se em torno de 10 grandes linhas de trabalho focadas na sustentabilidade.
O que propõe a ZERO no Dia da Terra 2020?
- Garantir que há uma estratégia concertada, coesa e coerente com visão de médio/longo prazo rumo à sustentabilidade, assente no cumprimento dos objetivos do Pacto Ecológico Europeu, incluindo os compromissos mais ambiciosos de redução de emissões para 2030 e de neutralidade carbónica para 2050.
- Os apoios devem ser oferecidos com condições em termos de desenvolvimento sustentável e serem preferencialmente usados para: fortalecer o setor da saúde, tornando-o mais resiliente a crises; para promover o bem-estar de todos; e para proteger o rendimento dos trabalhadores e das pequenas e médias empresas.
- Focar os investimentos em áreas que promovam uma transformação estrutural. Em destaque está, por exemplo, a criação de emprego na componente digital, a aposta numa mobilidade sustentável, a redução da pobreza energética, o aproveitamento alargado das energias renováveis e a promoção de projetos e legislação que permitam aumentar a utilização de materiais reutilizáveis e redução da produção de resíduos.
- Usar as compras públicas, seja a nível central ou municipal, como motor de investimentos e de incentivo às empresas para oferecerem produtos e serviços sustentáveis.
- A implementação da legislação nunca deve ser posta em causa ou flexibilizada.
- Regulamentar para que os produtos colocados no mercado sejam sustentáveis.
- Apostar na formação para uma transição justa, capacitando os trabalhadores, decisores em diferentes contextos, professores e estudantes de ensino superior e a própria administração pública, para conseguirem agir e trabalhar num mundo em transição.
- Promover uma nova abordagem ao comércio internacional, evitando promover o transporte de bens a longa distância e privilegiando as trocas comerciais dentro de cada país e entre os países da UE.
- Desafiar as universidades a integrarem a sustentabilidade nos currículos dos seus cursos, de modo a formarem cidadãos preparados para enfrentar os complexos desafios que se colocam à Humanidade.
- Adotar novos indicadores para avaliar a evolução dos países rumo à sustentabilidade além do PIB.
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