Desde o início de dezembro de 2018 que a sonda espacial OSIRIS-Rex está a estudar o asteroide Bennu, considerado o “rochedo espacial” que vai permitir compreender a origem do Sistema Solar e a vida na Terra. Mas para tal, será necessário analisar a sua superfície que é rica em carbono. Os primeiros resultados mostraram que o solo é composto por moléculas semelhantes às que deram origem à vida no nosso planeta, tendo sido encontrado água na argila.
Agora, segundo a NASA é hora de recolher amostras, e para tal, escolher os locais com potencial para as operações. Inicialmente, os cientistas tinham apenas dois locais em mente, mas as observações feitas à superfície revelaram que é difícil de recolher as amostras devido à sua superfície rochosa, impedindo a sonda de recolher materiais com menos de 2,5 centímetros de diâmetro, que é o máximo que o mecanismo consegue manipular.
A NASA escolheu quatro locais possíveis para a recolha das amostras, mas teve de ajustar o processo de identificação da sonda, para que detetasse zonas com um raio entre 5 a 10 metros, invés dos 25 metros para qual estava calibrado, e dessa forma encontrar áreas menos rochosas.
Os quatro locais foram batizados com nomes inspirados em pássaros nativos do Egipto e designam o tipo de solo sondado: Nightingale (tem grãos negros), Kingfisher (minerais hidratados), Osprey (supõe-se que contenha materiais ricos em carbono) e Sandpiper (poderá ter amostras ricas é água).
A comunidade científica está bastante animada com os dados iniciais obtidos do asteroide, por terem sido encontrado água na argila. A descoberta foi feita através dos dois espetrómetros equipados na sonda, um capaz de ler sinais de infravermelhos, o outro de visão térmica, que detetaram a presença de moléculas contendo oxigénio e hidrogénio com átomos ligados, conhecidos como hidroxilos.
A Agência Espacial Norte-Americana refere que estes hidroxilos estão espalhados pelo asteroide, misturado em minerais da argila contendo água, significando que a dado momento o material rochoso do Bennu interagiu com água. Ou seja, os especialistas afirmam que Bennu é demasiado pequeno para ter água, e por isso, em algum momento, houve a passagem paralela de um asteroide bem maior.
A sonda espacial OSIRIS-REx vai permanecer até março de 2021, estando o seu regresso à Terra previsto para 2023.
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