Uma equipa de cientistas da Universidade de Yamagata, no Japão, utilizou o Watson, a plataforma de Inteligência Artificial desenvolvida pela IBM, para descobrir 143 novos geoglifos nas Linhas de Nazca, no Peru.
As misteriosas ilustrações presentes na superfície do deserto de Nazca têm vindo a intrigar os investigadores desde o início dos anos 20. Os avanços na tecnologia permitiram a descoberta, a partir de 1940, de geoglifos que demonstram figuras humanas, animais, plantas ou ainda formas geométricas de diversas dimensões, sendo que os maiores ultrapassam os 40 quilómetros.
De acordo com o estudo realizado pelos cientistas da Universidade de Yamagata, a equipa liderada pelo professor Masato Sakai começou o seu trabalho de pesquisa em 2004. Até 2018, os investigadores conseguiram identificar diversos geoglifos. No entanto, devido à erosão causada por condições climatéricas e pela ação humana, as figuras apresentam um maior nível de indefinição, sendo, por vezes, quase invisíveis ao olho humano.
Em parceria com a IBM, a equipa de cientistas conseguiu treinar o Watson para identificar geoglifos que possam ter escapado à observação dos investigadores em fotografias aéreas do deserto de Nazca. Uma das primeiras descobertas da plataforma de Inteligência Artificial foi uma ilustração de uma figura humana, cuja antiguidade se situa entre 100 AC e 500 DC.
Após a colaboração bem-sucedida, os investigadores pretendem expandir o projeto, sendo que utilizarão a plataforma IBM PAIRS para organizar a informação recolhida ao longo dos últimos 10 anos e a IA desenvolvida pela empresa tecnológica para agregar e analisar vastos conjuntos de dados. Além disso, a equipa de cientistas tem como objetivo a criação de um mapa de todos os geoglifos presentes no deserto de Nazca, de forma a ajudar na preservação daquele que é Património Mundial da UNESCO desde 1994.
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