A Comissão Europeia aprovou ontem vários programas de cofinanciamento de projetos industriais na área da defesa, num valor até 500 milhões de euros. Adicionalmente, foram disponibilizados 25 milhões de euros para o apoio de projetos colaborativos de investigação no mesmo domínio.
Este foi o primeiro programa de trabalho acordado com os Estados-Membros no âmbito do Programa Europeu de Desenvolvimento Industrial no Domínio da Defesa (EDIDP). Os convites à apresentação de propostas serão publicados nos próximos dias, abrangendo áreas prioritárias em todos os domínios - aéreo, terrestre, marítimo, espacial e ciberespacial.
Dos 500 milhões disponibilizados pela União Europeia, 80 milhões estarão destinados ao desenvolvimento das capacidades de deteção de ameaças QBRN (químicas, biológicas, radiológicas e nucleares) e dos sistemas anti-drones.
No âmbito dos serviços de informações, segurança das comunicações e cibernética serão disponibilizados 182 milhões de euros. Este montante destina-se às áreas de conhecimento situacional e defesa do ciberespaço, conhecimento situacional e capacidades de alerta precoce no domínio do espaço e capacidades de vigilância marítima.
A capacidade para realizar operações de ponta é também uma das prioridades de Bruxelas. Sendo assim, 71 milhões de euros destinam-se a apoiar a modernização ou o desenvolvimento da próxima geração do ataque terrestre de precisão, de capacidades de combate terrestre, de ataque aéreo e os futuros sistemas navais.
No sentido de apoiar a criação de tecnologias de defesa inovadoras, foram concedidos 27 milhões de euros para o desenvolvimento de soluções nos domínios da inteligência artificial, da realidade virtual e das tecnologias cibernéticas .
Foram ainda propostos dois projetos para ajuda direta. Para o desenvolvimento do Eurodrone, considerado uma capacidade crucial para a autonomia estratégica da Europa, serão concedidos 100 milhões de euros. Adicionalmente, 37 milhões de euros serão encaminhados para a iniciativa ESSOR, que visa apoiar comunicações militares interoperáveis e seguras.
O programa de trabalho de 2019 dedicará ainda 25 milhões de euros à investigação sobre a dominância do espetro eletromagnético e as futuras tecnologias de defesa disruptivas — dois domínios considerados essenciais para manter a liderança e a independência tecnológica da Europa a longo prazo.
Jyrki Katainen, Vice-Presidente responsável pelo Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade, considera que "a cooperação no domínio da defesa é a única forma de proteger e defender os europeus num mundo cada vez mais instável", acrescentando que com o reforço ao apoio financeiro "iremos dispor em 2021 de um verdadeiro Fundo Europeu de Defesa".
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