O painel de júris dos Worst in Show Awards, com especialistas da iFixit, Electronic Frontier Foundation, além de representantes de grupos de defesa do consumidor, interesse público e privacidade, já escolheu a lista dos piores produtos da CES 2024, seja por levantarem sérias questões de privacidade e segurança por serem pouco sustentáveis ou um demasiado complicadas de consertar.
A parceria entre a Amazon e a BMW para trazer a Alexa aos automóveis da fabricante alemã venceu o prémio de pior solução no que respeita à privacidade, não só pelas capacidades de monitorização e recolha de dados pessoais, mas também pela possibilidade de a assistente inteligente ser utilizada de forma preocupante, por exemplo, em casos de relações abusivas.
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Já o aspirador inteligente X2 Combo é um “pesadelo” para a segurança. O mais recente modelo da fabricante chinesa Ecovacs é autónomo e está equipado com sensores LiDAR, câmaras e microfones, além de capacidades de reconhecimento de voz e de deteção de obstáculos alimentadas por IA.
Como se a recolha desnecessária de dados, que são armazenados sem encriptação no dispositivo, não fosse suficiente, os aspiradores da Ecovacs podem ser facilmente hackeados, realça o painel de júris citando dados de uma investigação anterior aos equipamentos da fabricante.
O impacto ambiental e a reparabilidade são também categorias contempladas nestes "prémios" e onde se destacam pela negativa o Macrowave da Revolution Cooking, uma espécie de mistura entre um microondas e forno de convecção com capacidade de ligação à Internet, e os auriculares wireless Momentum da Sennheiser, respectivamente.
No caso do Macrowave, os juris consideram que não há razão para "apetrechar" com capacidades tecnológicas, que são muitas vezes desnecessárias, equipamentos que por si sós já são perfeitamente funcionais. Para o painel, este conceito é algo que acaba por aumentar o impacto que os equipamentos têm no meio-ambiente, requerendo um consumo mais elevado de recursos e energia.
Já no segundo caso, os auriculares da Sennheiser, contêm três tipos de baterias. Tendo em conta outros modelos da empresa, as que estão integradas nos auriculares costumam deixar de funcionar ao fim de dois anos. Os juris realçam que estas baterias são muito difíceis de substituir caso se avariem, em particular porque a marca não as vende nem as conserta.
Por fim, as últimas duas categorias são dedicadas à decadência das plataformas, ou "enshittification", um termo que ganhou grande popularidade ao longo do ano passado, e aos produtos e serviços que são simplesmente desnecessários.
A primeira é liderada pela colaboração entre a BMW e a Xreal para o desenvolvimento de óculos de realidade aumentada que apresentam informação para quem está a conduzir, que é vista como uma receita para o desastre, e a segunda pelos carrinhos de supermercado com IA da Instacart que deixaram os juris a questionar-se "quem é que realmente precisa disto?".
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