Findada a estadia de um ano em Júpiter, a sonda Juno prepara-se agora para enfrentar uma complicada missão no quinto planeta a contar do Sol. Comandada pela NASA, a aeronave vai, na noite desta segunda-feira, dia 10 de julho, sobrevoar a característica mancha vermelha que assinala uma tempestade gigante em formação há centenas de anos.

tek júpiter
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Há muito mistério em torno desta mancha. Para além de não ser claro há quanto tempo se encontra em formação, os cientistas que se têm ocupado da sua monitorização ainda não conseguiram decifrar integralmente o seu funcionamento.

As teorias, no entanto, são algumas. De acordo com uma das teses mais defendidas, a tempestade persiste graças ao fenómeno dos fluxos verticais, que transportam gases para as zonas superiores e inferiores da mancha, alimentando-a eternamente.

Assista à entrada de Juno na órbita de Júpiter
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A confirmação de qualquer uma das teorias é um exercício desafiante. A composição do planeta, que está coberto de imensas nuvens gasosas, não permite observações frutíferas à distância e as fotografias captadas no século passado, pelas sondas espaciais Voyager e Galileo, não forneceram novidades suficientes para que fossem registados avanços na sua investigação.

O contexto é, por isto, de expectativa. A Juno está equipada com instrumentos adequados à observação da tempestade e deverá ser capaz de espreitar através das primeiras camadas de nuvens, chegando, assim, mais longe do que as suas antecessoras.

A sonda vai já na sua sétima órbita ao planeta Júpiter e deverá fazer a abordagem mais próxima da superfície às 02h55 de Portugal Continental. Por esta altura, a nave estará a cerca de 3.540 metros de distância da crosta. 11 minutos mais tarde, a Juno vai dirigir-se à tempestade e aumentar a sua altitude para mais de 9 mil quilómetros.

A NASA garante que a câmara do equipamento estará a funcionar em pleno.