Sala de controlo, desenvolvimento de um rover, construção de uma nave espacial, e claro, fatos para os astronautas, entre outros pormenores: não faltou nada à missão análoga “Da Terra ao Espaço” que a Escola Bento Rodrigues, em Santa Maria, nos Açores acaba de completar.
O projeto decorreu ao longo dos dois últimos anos letivos, envolvendo um total de 28 alunos do ensino secundário, dos cursos científico-humanísticos e profissionais, e cinco professores de várias áreas. A meta final era “aterrar" dois astronautas em Marte e, pelo caminho, houve muita coisa para aprender e fazer.
A ideia surgiu de uma simulação realizada pela ESA no Deserto de Negev, contou Luísa Ferreira, uma das coordenadoras do projeto, ao SAPO TEK.
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Enquanto “missão análoga”, o projeto utilizou tecnologia espacial simulada baseada em procedimentos e conhecimentos científicos reais. Passou por três fases: estudo e desenvolvimento, operações não tripuladas e operações tripuladas.
“Numa primeira fase, a nossa preocupação fui dotar os alunos de todos os conhecimentos necessários à implementação da segunda fase e da terceira fase, isto é, pôr em prática uma missão não tripulada, com a construção de um rover, e finalmente a missão tripulada”, explicou Luísa Ferreira.
A missão “Da Terra ao Espaço” terminou com o passeio dos astronautas na paisagem marciana oferecida pelo Barreiro da Faneca, também conhecido por “deserto vermelho”.
Foi tudo pensado ao pormenor, desde a conceção da sala de controlo, o desenvolvimento do rover, a construção do cockpit da nave espacial, e claro, fatos para os astronautas, entre outros elementos essenciais para uma “viagem” do género.
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Houve, inclusive, direito aos habituais sobressaltos, como o “enorme susto” de alguns alunos, quando lançaram pela primeira vez os foguetes de álcool por eles construídos durante um workshop associado ao projeto, contou a professora.
Sustos à parte, depois de adquiridos os conhecimentos científicos e tecnológicos necessários, avançou-se com a simulação do lançamento do veículo não tripulado, como validação tecnológica e preparação da operação tripulada.
“O maior problema foi sem dúvida o tempo”, respondeu Luísa Ferreira sobre os maiores desafios enfrentados ao longo do projeto. “Houve dificuldade em conciliar os horários de professores e alunos. Por este motivo a grande maioria das sessões de trabalho, diria mesmo quase na totalidade, decorreram ao sábado no período da manhã”, confessou.
No final, os aspetos positivos foram mais do que muitos e compensaram, nomeadamente as competências científicas e tecnológicas adquiridas pelos alunos durante o processo e também o produto final do projeto.
“Avalio esta experiência de uma forma muito positiva. Não alterava praticamente nada, porque o caminho que percorremos foi essencial para aquisição de muitos conhecimentos nesta área”.
Sobre se há próximos passos no projeto ou é caso para dizer “missão cumprida”, Luísa Ferreira destaca todo o material e recursos pedagógicos criados ao longo dos dois anos “que teremos todo o gosto de divulgar noutras escolas”, se existirem convites nesse sentido.
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