O smartphone flagship da Xiaomi, o Mi10, era para ser apresentado durante o Mobile World Congress, mas o cancelamento do evento, devido ao coronavírus obrigou a fabricante chinesa a modificar os seus planos de lançamento no ocidente.

O Xiaomi Mi 10 é atualmente um dos smartphones mais poderosos do mercado, liderando inclusivamente a tabela do benchmark da AnTuTu, de forma incontestável pelos seus dois modelos: a versão Pro com 594.069 pontos e o equipamento de base com 564.327 pontos. Este segundo com mais 60 mil pontos que o terceiro classificado, o Vivo iQOO Neo 855.

A conferência teve início com a revelação de um satélite equipado com a tecnologia da Xiaomi, nomeadamente a lente de 108 MP, a mesma equipada no seu Mi 10 Pro, enviado para o espaço em novembro. Uma manobra de marketing para mostrar que os utilizadores podem capturar momentos inesquecíveis do planeta, com um equipamento na palma da mão. As imagens capturadas do espaço revelaram-se detalhadas, com um zoom capaz de mostrar detalhes do terreno do planeta.

Shou Zi Chew, presidente internacional da Xiaomi, assumiu um palco sem plateia, reforçando a época extraordinária que se vive atualmente devido à pandemia, referindo que somos todos iguais, e para ajudar os mais necessitados em Itália, a empresa enviou um carregamento de máscaras, no dia 15 de março, para Espanha no dia 18, seguindo-se a França no envio de ajuda. A empresa continua a trabalhar nas máscaras, prevendo distribuir um milhão de unidades o mais rápido possível para a Europa, com parte do stock já a encontrar-se a caminho de quem mais necessita.

Seis anos depois de se lançar no mercado global, a empresa diz estar no top 5 dos fabricantes de smartphones. Nos três primeiros trimestres do ano passado obteve a marca de 10 mil milhões de dólares. A inovação, ao longo dos anos, é referido como a chave do seu sucesso. E agora encontra-se focada a desenvolver a tecnologia 5G. Hoje prepara-se para lançar três novos smartphones 5G: a série Mi 10.

Os primeiros a serem apresentados foram o Mi 10 e o Mi 10 Pro, lançados em fevereiro na China. A empresa destaca a capacidade de gravação de vídeo a 8K com um feature essencial. Introduziu o sistema de vídeo portrait, para um ambiente mais cinematográfico. Também o sistema Color Focus, para sobressair o sujeito em cores vibrantes, mas destacando o fundo a preto e branco. O sistema de estabilização ShootSteady permite gravar vídeos sem a imagem tremer. O Pro Mode dá total controlo aos utilizadores, para que possam editar rapidamente um vídeo antes de o colocarem online, seja a criar efeitos de blur ou de stop motion. Estes são apenas alguns mimos da nova série.

No seu lançamento, a câmara obteve uma pontuação de vídeo de 104 pontos no DXoMark e 124 pontos em fotografia. Tem um conjunto de quatro câmaras, sendo a lente principal uma grande angular de 108 MP, destacando-se os pormenores de uma paisagem. É referido que a câmara é ideal para fotografias em grupo, com correção de distorção, para quando alguém se mexe na captura. A inteligência artificial dá uma ajuda a compor as imagens quando fotografadas em condições menos iluminadas e à noite. O algoritmo de IA 2.0 permite diversas correções na imagem. Falou ainda na sua capacidade de zoom, permitindo aproximações óticas de 2X, 10X híbrido e 50X digital, o que parece ficar aquém do que a Huawei e a Samsung propõe nos seus topos de gama no papel, mas na prática a Xiaomi está confiante. Tem também uma ultra grande angular de 20 MP.

A Xiaomi aposta ainda nos pequenos detalhes, adicionando uma câmara macro de 2 MP, acompanhada de um sensor em hardware de Flicker, ou seja, de forma a detetar a taxa de refrescamento de ecrãs e obter fotos nítidas quando é necessário partilhar com amigos ou colegas. Tem ainda duas câmaras telefoto no conjunto, uma de 8 MP, outra de 12 MP.

Relativamente ao som, o smartphone promete dois altifalantes de grande qualidade, com efeitos estéreo verdadeiros, com o som a navegar da esquerda para a direita, ideal para os videojogos, sobretudo jogos de ação quando é necessário detetar os inimigos. A sua disposição simétrica pretende garantir mais fidelidade de som.

Olhando para a frente do Mi 10, a fabricante introduziu uma câmara punch-hole no próprio vidro, no canto superior esquerdo. O ecrã AMOLED FHD+ de 6,67 polegadas apresenta um constaste de 5.000.000:1, tecnologia True Depth para maior vivacidade de cores. Garante uma taxa de atualização de imagem a 90 Hz e de toque a 180 Hz. O novo smartphone apresenta ainda uma melhor experiência háptica, graças a um novo motor no seu interior. Conta ainda com uma regulação de brilho de 1.120 nits.

Tal como se sabia, o smartphone apresenta o novo processador Snapdragon 865 da Qualcomm, com 8 GB RAM LPDDR e 256 GB de armazenamento interno. O smartphone suporta ainda Wi-fi 6, uma estreia nos seus smartphones, de forma a melhorar a conectividade entre equipamentos. E para acompanhar, a empresa apresentou o Mi AIoT Router AX3600, um router Wi-fi 6 para ajudar a desenvolver as smarthomes, por um preço de 119,99 euros.

Referindo a necessidade de trabalhar em casa, devido ao isolamento do coronavírus, a fabricante revelou que o Mi 10 tem um carregamento rápido de 50W via fio, podendo carregar em 45 minutos toda a capacidade do smartphone. Também suporta carregamento wireless de 30W, com capacidade de carga toda em 65 minutos. O sistema suporta ainda reverse charging, para poderem carregar outros smartphones ou dispositivos. Tem um carregador de 65W, que pode servir tanto para o smartphone como um portátil da marca. Os smartphones têm uma bateria de 4.780 mAh para a versão normal e 4.500 para a versão Pro. A empresa explica que para aumentar a velocidade do modelo de topo, teve de reduzir o tamanho da bateria, justificando-se assim a maior capacidade do modelo inferior.

O equipamento chega ao mercado em quatro cores: Solistice Grey, Alpine White, Coral Green e Twilight Grey para ambos os modelos Mi 10 e Mi 10 Pro. Quanto a preços, o Mi 10 começa nos 799 euros e a versão Pro nos 999 euros. Preços ambiciosos para modelos topo de gama com suporte 5G. Portugal não está nos países da Europa que vão receber primeiro os modelos, chegando em abril a Espanha, Itália, França e Alemanha.

Só faltava mesmo a revelação da versão Lite, uma variação ainda mais acessível, igualmente com suporte a ligações 5G. O smartphone vai estar disponivel em três cores: verde, branco e cinzento. Tem uma quad camera de 48 MP e uma frontal de 16 MP. Mas o principal segredo do smartphone é ser acessível: 349 euros para um smartphone 5G. Chega aos mercados em maio.

Por fim, a Xiaomi apresenta uma nova televisão de 4K, a Mi TV 4S de 65 polegadas. A televisão tem acesso direto à Google Play Store e outros serviços, assim como Chromecast. Tem 3 HDMI e 3 USB. Chega ao mercado a partir de 549 euros. Outra surpresa apresentada é o purificador Mi Air Purifier 3H para eliminação dos poléns, e com a capacidade de eliminar 99,97% do pó indesejado, graças ao filtro HEPA. Chega ao mercado por 179 euros. No entanto, a empresa apresentou um bundle com todos os produtos acima mencionados, e ainda inclui uma lâmpada inteligente por 699 euros (televisão, purificador e router). Há ainda um novo sistema de auriculares Mi Tru Wireless Earphones 2 por 79,99 euros.