O mercado começa, aos poucos, a receber diversos equipamentos (quase) sem moldura em torno do ecrã. De forma geral, é agradável olhar para o equipamento e ter disponível um grande ecrã num corpo mais pequeno do que o esperado e sem espaço “desperdiçado” ao redor. Marcas como a Samsung (que viu os seus ecrãs curvos a ganhar terreno a partir do S7 Edge e, agora, com uma redução da moldura ainda maior com o S8 e o S8+) e a LG (que recentemente laçou o seu G6 com um ecrã que ocupa quase toda a parte frontal do equipamento) apostaram fortemente neste conceito. Mas será que é mesmo isto que os consumidores querem?
A LG realizou um estudo que levou à conclusão de que 69,7% das pessoas inquiridas consideram que um smartphone com uma moldura reduzida é bastante apelativo, mas sobram mais de 30% das pessoas. Estas fazem parte do grupo que considera que este avanço pode ser demasiado caro, pouco útil, ou simplesmente não tem a certeza do que pensa sobre o assunto.
O mesmo estudo indica que 88,9% considera que um smartphone “bezel-less” seria melhor para ver vídeos, 78,4% indica a experiência de utilização de redes sociais e 75,8% acreditam beneficiar mais a nível de utilização do mobile banking.
Claro que nem tudo é um mar de rosas no que toca a reduzir (ou eliminar) a moldura em torno do ecrã dos smartphones. Primeiro existe o problema da ergonomia que, muitas vezes, acaba por ser sacrificada para que o smartphone tenha um aspeto mais limpo. Isto porque, por muito bonito que o equipamento fique, o utilizador tem de continuar a ser capaz de o segurar sem que isso interfira com a sua utilização normal.
O que muitas vezes acontece é que o utilizador acaba por tocar nos cantos do ecrã e executar funções indesejadas naquele momento, especialmente quando tenta utilizar o smartphone com uma só mão. No caso de estar a utilizar a câmara perde alguma estabilidade uma vez que a área onde pode agarrar no smartphone é reduzida. A verdade, segundo o estudo da LG, é que 57,1% das pessoas querem um smartphone com um ecrã maior, mas 63,7% querem ser capazes de o continuar a utilizar com uma só mão.
Outro ponto, que pode deixar as pessoas de "pé atrás" com este tipo de equipamentos, é mesmo a utilidade que têm. Se os smartphones ficam mais caros, se podem obrigar o utilizador a mudar a maneira como interage e segura no seu equipamento, então precisa de ser algo útil para as pessoas e não apenas algo bonito.
No entanto, o que deveria acontecer não acontece. Isto porque os ecrãs estão maiores, o espaço para agarrar no equipamento reduziu, mas as funcionalidades são as mesmas. É verdade que a Samsung incluiu um menu lateral que tira proveito dos seus lados arredondados, mas é algo a que muito poucos utilizadores recorrem e que só seja possível incluir no smartphone se tiver laterais arredondadas
Ao que a LG apurou, um ecrã maior e quase sem moldura à volta, é melhor porque "oferece mais informação à primeira vista" (60,7%), porque "permite uma melhor utilização do sistema multi-tasking" (39,5%), permite "um melhor enquadramento das imagens" (39%), pode "facilitar a utilização com uma só mão" (29,7%) e "ajuda a ler de forma mais fácil e relaxante" (27,5%).
As principais razões apresentadas pelos inquiridos para não utilizarem um smartphone de moldura reduzida ou nula deve-se à "preocupação com a comodidade de o utilizar" (42,3%), ao facto de o "preço poder ser elevado" (39,7%) e à "fragilidade que a utilização de uma maior quantidade de vidro em vez de plástico ou metal podem conferir ao equipamento" (30,4%).
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