Olhando para o preço de 500 euros por um novo iPhone, muitos utilizadores da Apple dirão que é barato, considerando que, um modelo mais recente custa quase o dobro. Mas o iPhone SE, o segundo que a Apple lança no seu catálogo, baseia-se num modelo mais antigo, o iPhone 8 que estreou no mercado em 2017. Depois desse modelo, a marca da maçã já lançou o iPhone X, o iPhone Xs e o iPhone 11, que é o modelo atual, pelo menos até setembro, quando a linha for atualizada para o iPhone 12.
Nesse sentido, estarão os utilizadores a serem “enganados” na aquisição de um novo equipamento, baseado numa linha descontinuada? O iPhone 8 original deixou de estar disponível a partir do anúncio deste iPhone SE 2020, que passa a substituí-lo no catálogo. No entanto, não existe nenhum engano, considerando que apesar da linha estética do novo equipamento se basear na oitava geração de iPhone, o smartphone foi "recauchutado" com componentes de última geração.
E com a introdução do iPhone SE no catálogo, a Apple adiciona uma preciosa opção “low cost” ao espectro de modelos, variando assim dos 500 euros, aos cerca de 1.500 euros por um iPhone 11 Pro Max topo de gama. Além disso, introduz também um modelo considerado mais pequeno que os restantes, com um ecrã de 4,7 polegadas, para utilizadores que desejem um equipamento mais discreto.
O iPhone SE é 330 euros mais barato que um iPhone 11 de base, que custa em Portugal 830 euros. Mas o que torna o novo modelo interessante é a sua atualização de hardware. O processador A13 é exatamente o mesmo dos modelos mais recentes topo de gama, lembrando que a memória RAM e a capacidade de armazenamento acrescentada encarece exponencialmente qualquer equipamento da marca.
O smartphone económico tem outras atualizações notadas, “emprestadas” dos seus irmãos mais recentes, incluindo a capacidade de carregamento sem fios. Tem também uma certificação IP67, sendo capaz de resistir a pó e a água, a uma profundidade de até um metro, durante 30 minutos. Por outro lado, o iPhone 11 tem certificação IP68, permitindo-lhe estar submerso por tempo indeterminado e a uma maior profundidade, de até 3 metros.
O iPhone SE tem uma câmara melhor que o iPhone 8, baseada numa lente única traseira de 12 MP. A Apple adicionou-lhe diversas melhorias, tais como estabilização de imagem para gravação de vídeos e obter uma qualidade de 4K a 60 FPS. Se ativar o HDR consegue imagens ainda melhores, ainda que a 30 FPS. E o iOS 13 adiciona-lhe diversas novas funcionalidades, assim como editor de fotografia e vídeo.
Claro que no caso da câmara, o iPhone 11 destaca-se com melhores especificações, incluindo uma segunda lente grande angular, para capturar paisagens com uma maior qualidade. Ambos os smartphones oferecem zoom digital de 5X, mas o iPhone 11 oferece capacidade de zoom ótico por hardware de 2X. Este modelo oferece ainda diversas opções de captura em condições inferiores de luz, no modo Night Mode, para obter melhores imagens. O modelo atual da Apple destaca-se pelo sensor selfie com maior qualidade, de 12 MP, contra os 7 MP do iPhone SE. Consegue ainda gravar vídeo a 4K (o SE regista a 1080p) e em câmara lenta.
Outra diferença entre o SE e o iPhone 11 diz respeito ao ecrã. Como referido, o smartphone económico tem um ecrã Retina HD de 4,7 polegadas, enquanto que o modelo mais recente tem um display Liquid Retina HD de 6,1 polegadas, o que é uma grande diferença de tamanho, ambos LCD. Embora com tecnologias diferentes de imagem, ambos os modelos apresentam o mesmo número de pixéis por polegada.
Nos mais recentes modelos, a Apple descartou o seu clássico botão físico de Home e até aqui, apenas o iPhone 8 mantinha essa tradição. O iPhone SE herdou esse mesmo botão, que neste caso alberga o sensor biométrico de impressões digitais. A partir deste pode desbloquear o smartphone, mas também proceder a pagamentos via digital, através do sistema Touch ID. O iPhone 11 já está noutro patamar de autenticação, ao utilizar a câmara frontal para reconhecimento facial, via Face ID.
Relativamente à autonomia, o iPhone SE tem uma bateria semelhante ao iPhone 8, ou seja, 1.821 mAh, segundo os especialistas que examinam o interior dos equipamentos, como o iFixit. Isto porque a Apple nunca revela a capacidade da bateria dos seus smartphones. O mesmo se aplica ao iPhone 11, que neste caso tem 3.110 mAh. Oficialmente, a Apple afirma que o iPhone SE tem capacidade para 8 horas de vídeo em streaming.
De salientar ainda que ambos os modelos não têm entrada de jack 3,5 mm para auriculares. Terá de optar pelo sistema wireless ou então usar o adaptador Thunderbolt, adquirido à parte, caso queira usar um headset com fio. O iPhone SE será lançado em cores preto, branco e vermelho, cores igualmente presentes no iPhone 11, mas com opções adicionais: amarelo pastel, verde e roxo.
E estas são as principais diferenças que valem 330 euros de diferença entre as versões base dos respetivos modelos. Esteticamente o iPhone 11 representa o estado de arte da Apple, pelo que este pode ser igualmente um fator a considerar, para além do técnico.
Mesmo comparado ao iPhone Xr, até aqui a versão mais económica das linhas recentes do smartphone da Apple, o iPhone SE é mais barato 240 euros e tem um processador mais recente. O outro equipamento tem um ecrã maior e com melhor resolução. Tem um design mais atual, assim como a tecnologia Face ID e os Animojis. As câmaras são muito idênticas entre os modelos, com o detalhe da versão do Xr permitir gravar vídeo a 60 FPS em modo selfie.
A oferta atual da Apple é vasta, entre diferentes gerações de iPhone. Mas o mais importante é o espectro de preços que a Apple oferece para modelos com tecnologias recentes, diferentes tamanhos e capacidade. Os especialistas veem com bons olhos o iPhone SE, antes da Apple ajustar agulhas para finalmente divulgar o iPhone 12. Isto se a pandemia de COVID-19 não mudar os planos da empresa...
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