Perder o telemóvel é uma situação complicada, que se torna ainda pior quando os equipamentos são roubados. Além da perda de bens materiais, casos como estes podem representar um perigo para a segurança da vida digital, tendo em conta a vasta quantidade de dados sensíveis que é armazenada nos smartphones.
Lançada no final do ano passado pelo governo brasileiro, a Celular Seguro foi feita para reforçar a segurança dos dados em caso de perda, furto ou roubo do smartphone, afirma o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do país.
O projeto, que começou a ser discutido em agosto do ano passado, surgiu como forma de dar resposta ao crescente número de casos de furto e roubo de smartphones no Brasil.
De acordo com dados avançados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, quase um milhão de equipamentos foram furtados ou roubados, um número que representa uma subida de 16,6% em comparação com 2021.
A aplicação Celular Seguro, que está disponível para Android e iOS, foi desenvolvida pelo MJSP em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e com um conjunto de instituições financeiras e entidades privadas.
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O objetivo da Celular Seguro não é ser uma solução para os casos de furto e roubo de smartphones, mas sim mitigar os riscos associados, como perdas financeiras e de informação sensível.
Mas como é que funciona a app? Primeiro, os utilizadores precisam de registar o seu smartphone e uma ou mais pessoas consideradas de "confiança" que os possam ajudar. É possível registar mais do que um telemóvel, mas é necessário que os serviços de telecomunicações usados estejam todos associados ao mesmo número de identificação fiscal.
No caso de perda, furto ou roubo, o utilizador e as pessoas de confiança podem comunicar a ocorrência através da app, ou por meio do website da Celular Seguro. Uma vez feita a comunicação, as entidades envolvidas serão notificadas, para que tomem as medidas adequadas. Através delas será possível "bloquear" o smartphone, impedindo o acesso a chamadas, mas também a aplicações, incluindo bancárias.
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Um mês depois de ter sido lançada, a aplicação conta já com 1,2 milhões de utilizadores registados, indicam dados do MJSP, avançados pelo website g1. Ao todo, entre os dias 19 de dezembro de 2023 e 17 de janeiro de 2024 foram registados 925.355 smartphones, assim como 855.982 pessoas de confiança.
Durante este período foram emitidos 11.542 alertas de bloqueio. Deste conjunto, 5.231 relacionam-se com casos de roubo, 3.797 por furtos e 2.447 por perda dos equipamentos.
Porém, o lançamento da Celular Seguro também foi marcado por alguma polémica. Nas redes sociais surgiram rumores de que a app permitiria ao governo controlar os smartphones dos cidadãos que a instalassem, como nota a Reuters Fact Check, iniciativa de verificação de factos da agência noticiosa, que demonstrou que tal ideia era falsa.
Existem também casos de pessoas que tentaram testar o mecanismo de "bloqueio" do smartphone e acabaram por perder acesso às funcionalidades, noticiou o website Tecnoblog. Note-se que não forma de reverter o "bloqueio" a partir da app. Quando um smartphone perdido é recuperado, os utilizadores necessitam de entrar em contacto com as operadoras e empresas para voltar a ter acesso às funcionalidades.
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