A montagem do iPhone 12 começou a ser feita na Índia. A produção está a cargo da Foxconn, um dos principais parceiros asiáticos da Apple e assinala o reforço da aposta da fabricante norte-americana no mercado indiano. 

A Índia não é um mercado novo para a Apple, no que se refere à produção de equipamentos. A empresa usa fábricas locais para produzir iPhones desde 2017, mas nos primeiros anos só encaminhou para o país a produção de modelos mais antigos, ou de segunda linha. O primeiro modelo montado na Índia terá sido o iPhone SE.

A necessidade de reduzir a dependência da China, parceira de longa data da Apple na fase final de produção dos equipamentos, tem levado várias empresas americanas a repensarem estratégias e procurarem alternativas e a Índia, o segundo maior mercado mundial de smartphones, começa a ganhar destaque nas opções. 

Faz aliás parte da estratégia do Governo captar empresas de tecnologia para o país e nos últimos anos essa estratégia tem sido suportada por uma política fiscal mais atrativa e incentivos fiscais, que também têm atraído empresas da região. Samsung, Oppo, Xiaomi, Vivo e OnePlus são outras marcas do sector com fábricas na Índia há vários anos, como recorda o Tech Crunch, que avança a notícia.    

A Apple já confirmou a informação, através de um porta-voz local, assumindo para já que a empresa “começou a produção do iPhone 12 na Índia para os nossos clientes locais”. 

O reforço da aposta no país surge numa altura em que a Apple está a crescer em força nas vendas locais, embora detenha ainda uma quota de mercado pouco expressiva no país. A empresa tem uma quota de 2% no mercado indiano de smartphones, mas no último trimestre de 2020, por exemplo, duplicou vendas face ao mesmo período do ano anterior, com 1,5 milhões de unidades comercializadas, segundo dados da Counterpoint.  

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 A Apple planeia também para este ano a abertura da sua primeira loja oficial na Índia. No ano passado estendeu a loja online ao país. 

A agitação social tem sido apontada como uma das possíveis fragilidades da Índia, na competição com outros mercados abundantes em mão-de-obra de baixo custo. Um dos principais parceiros da Apple no país (Wistron) enfrentou no ano passado protestos violentos dos colaboradores, mas a situação aparentemente foi resolvida - com a reintegração de vários trabalhadores na empresa - e não houve notícia de outros casos idênticos desde então. 

Alguns analistas indicam já que a Apple pode deslocalizar até 10% da produção para a Índia.