O WeChat é uma das aplicações mais populares na China. Devido aos sucessivos bloqueios impostos pelo governo a apps como o Facebook, o Messenger ou o WhatsApp, o serviço de mensagens instantâneas goza de uma base de utilizadores ativos mensalmente de quase 900 milhões, concentrando nos seus servidores uma grande parte das comunicações que são mantidas online pelos cidadãos daquele país.

A segurança e privacidade destes dados não estão, no entanto, asseguradas. O executivo, que é atualmente liderado por Xi Jinping, tem tido pulso de ferro no controlo da internet, e para além de já ter proibido a utilização de VPNs no país, o WeChat confirmou agora que pode ser obrigado a entregar metadados a responsáveis da administração central chinesa.

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De acordo com a mais recente atualização feita à sua declaração de privacidade, a tecnológica escreve explicitamente "que pode ser solicitada para reter, preservar ou divulgar as suas informações pessoais durante um longo período de tempo".

As razões, continua o texto, podem ser várias: "cumprir com uma ordem judicial, intimação ou processo legal", "responder a uma autoridade governamental, a um agente executivo da lei ou um semelhante (seja, ou não, na sua área de jurisdição)", "quando acreditarmos que é razoavelmente necessário cumprir as leis ou os regulamentos aplicáveis" e "para reforçar os Termos de Serviço do WeChat ou esta Política de Privacidade, proteger os nossos direitos, propriedade ou segurança, ou os direitos, propriedade ou segurança das nossas empresas afiliadas ou outros utilizadores do WeChat".

Na prática, estes termos indicam que a aplicação pode agora expor informação pessoal dos utilizadores, como nome, contacto, email e localização.

A imprensa internacional escreve que a Tencent era suspeita de não respeitar a privacidade dos utilizadores das suas aplicações. A empresa é responsável por apps como a WeChat e a QQ, dois dos serviços digitais mais populares na China.