Ainda existem muitas dúvidas relacionadas com a forma como a app STAYAWAY COVID-19 funciona, e um bom exemplo disso foi que ontem Rui Rio criticou a aplicação de rastreamento de contactos de utilizadores infetados com COVID-19 por não o ter alertado sobre o resultado positivo de António Lobo Xavier. A resposta não se fez esperar, com a explicação que é necessário que se conjuguem vários fatores para que esse alerta exista, nomeadamente se a pessoa infetada tinha a aplicação ativa, se esteve a menos de 2 metros por mais de 15 minutos, se tiver recebido do médico um código aquando do diagnóstico positivo e se tiver inserido esse código na aplicação
Os números de download da aplicação têm vindo a crescer e Rui Oliveira, administrador do INESC TEC e Professor da Universidade do Minho, diz que, à data de hoje, já foram feitos 1.290.494 downloads e que mais de 100 pessoas já partilhara os códigos fornecidos pelos médicos aquando de um teste positivo para alertar quem esteve em contacto de risco. O que não há é forma de perceber quantas pessoas terão sido alertadas, ou seja, quantos utilizadores que estiveram em contacto de risco com estas 100 pessoas foram avisadas. Nem quantas pessoas abrem a aplicação todos os dias para ver se há mensagens de alerta.
"Uma vez que a app preserva o anonimato e a privacidade de dados, não temos forma de ter acesso à informação de quantas pessoas abrem a app todos os dias. Sabemos apenas que foram inseridos na aplicação mais de 100 códigos por cidadãos diagnosticados com COVID-19", explicou ao SAPO TEK Rui Oliveira.
O administrador do INESC TEC adianta que "equipa do INESC TEC está a desenvolver esforços de comunicação da app porque sabemos que será tanto mais eficaz quantas mais pessoas a utilizarem", mas sublinha que não tem, até à data, qualquer financiamento atribuído, pelo que têm sido utilizado meios próprios.
O SAPO TEK já tinha dado conta de que existem dúvidas sobre o modo de funcionamento da aplicação, e a forma como são feitos os alertas, e quando, e procurámos reunir as respostas às principais questões num artigo extenso sobre a aplicação desenvolvida pelo INESC TEC em parceria com o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), a pedido do Governo.
"Comentários positivos" e problemas de compatibilidade
Questionado sobre o impacto da app, mais de um mês depois do lançamento, Rui Oliveira lembrou que "a eficácia da aplicação STAYAWAY COVID é proporcional à sua utilização. Quanto mais pessoas utilizarem a aplicação, maior é a probabilidade de as pessoas portadoras da doença, mas ainda sem sintomas, serem rapidamente diagnosticadas".
Ainda antes do lançamento da aplicação os dados que tinham sido apontados para a máxima eficácia indicavam a necessidade de 60% da população usar a aplicação, mas o administrador do INESC TEC recorda que "percentagem de 60%, nunca foi por nós referida". Com mais de 1,290 milhões de apps instaladas, reforça que "estes números estão em linha com os melhores resultados europeus e a STAYAWAY COVID está a cumprir a função para que foi concebida".
Rui Oliveira afirma também que "em geral temos recebido comentários muito positivos e encorajadores", mas admite que "há ainda alguns problemas com alguma marcas que suportam Android, mas nada que impeça a aplicação de funcionar". Segundo o administrador do INESC TEC, várias marcas de telemóveis Android implementam mecanismos diferenciados de poupança de bateria e que interferem com a execução da aplicação em segundo plano, referindo ainda que no caso dos telemóveis Huawei que não têm Google Mobile Services, o suporte para Huawei Mobile Services está a ser desenvolvido pela própria marca chinesa, até porque a STAYAWAY COVID usa as API fornecidas pela Google e a Apple para rastreamento de contactos através de bluetooth.
Testes de interoperabilidade com a Europa ainda este mês
Um dos pontos chave para aumentar a eficácia das aplicações de rastreamento de contactos é a possibilidade de os alertas poderem ser enviados para utilizadores de outros países europeus com os quais tenha existido contactos de risco, em Portugal ou no estrangeiro. Na Europa há 6 países a testarem esta interoperabilidade, a República Checa, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Itália e Letónia, mas Portugal, que está no mesmo grupo de desenvolvimento, ainda não avançou com os testes.
Em resposta ao SAPO TEK, Rui Oliveira diz que conta iniciar ainda este mês os testes, mas sem avançar uma data.
Esta iniciativa de interoperabilidade, que junta os dados recolhidos nos vários países pelas suas apps de rastreamento de contactos, permite-lhes também estender o funcionamento das aplicações a todos os territórios envolvidos neste teste, dando continuidade ao projeto da Comissão Europeia que criou um enquadramento técnico e legal para viabilizar este tipo de cooperação entre Estados-membros.
Na prática, isto significa que se um cidadão de um destes países decidir viajar para um dos outros cinco, não será necessário descarregar a versão local da app, uma vez que a do seu país de origem funcionará igualmente bem. Os testes positivos comunicados serão partilhados com os restantes países para que a rede de alerta funcione internacionalmente.
Este foi sempre um dos objetivos das apps de contact tracing na Europa, e o teste é um passo necessário para que o sistema seja validado. As apps encaradas pelos países europeus como mais uma ferramenta de combate à disseminação do novo coronavírus e vários países tomaram posição a favor da sua utilização
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