
Uma investigação conjunta entre a Forbes e a Point determinou que a Kik Messenger é a aplicação mais utilizada por predadores sexuais na fase de abordagem às vítimas. A popularidade da app entre crianças e adolescentes é a primeira justificação para o fenómeno.
A Kik é uma aplicação de mensagens instantâneas, criada em 2009 por uma tecnológica canadiana, e conta já com 300 milhões de utilizadores, chegando, de acordo com o mesmo estudo, a 40% dos adolescentes norte-americanos.
A equipa por detrás desta investigação descobriu que a Kik é frequentemente citada pelas autoridades, como sendo uma "ferramenta utilizada por predadores". De acordo com um dos polícias citados, a aplicação é popular porque "é gratuita, simples de configurar, acessível, potencialmente anónima e porque permite que os utilizadores partilhem os seus dados de forma privada".
Para este trabalho, dois repórteres da Point e da Forbes fizeram-se passar por duas utilizadoras de 13 e 14 anos da Kik e juntaram-se a grupos públicos dentro da app. Uma hora depois, os perfis receberam várias mensagens privadas de utilizadores masculinos, sendo que muitas delas continham imagens explícitas e linguagem obscena.
Sem responder, os jornalistas utilizaram depois uma aplicação externa, chamada KFF Username Finder For Kik, para elaborar um perfil mais completo e para o disseminar entre a comunidade de utilizadores. Passado alguns minutos, escrevem, as suas caixas de entrada tinham sido "bombardeadas" com centenas de mensagens de outros utilizadores. Muitas "não só evidenciavam um tom mais agressivo, como apresentavam imagens de genitais masculinos".
Apesar dos perigos existentes, ambas as publicações sublinham que a app fez já vários esforços para mitigar abusos desta natureza. A PhotoDNA, uma das últimas ferramentas implementadas pela empresa, pede aos utilizadores que assinalem fotografias e vídeos de abusos, de forma a que possam ser reportadas às autoridades e auxiliar as mesmas em processos de investigação. No entanto, como notam logo de seguida, a tecnológica tem falhado em banir eficazmente aqueles que violam as regras de utilização da app.
À Point e à Forbes, uma porta-voz da Kik garantiu que segurança é uma das prioridades da empresa, que vai continuar a investir nesta área. Porém, admitiu, a mesma pode fazer um trabalho melhor no que diz respeito a remover perfis de forma pró-ativa.
A Kik é a app predominante no seio deste fenómeno, mas a Forbes e a Point adiantam que o serviço de mensagens não está, de todo, sozinho. De acordo com a investigação, Facebook, Twitter e YouTube, três das maiores redes sociais do mundo, são cada vez mais utilizadas por predadores e têm sido constantemente acusadas de não fazer o suficiente contra o abuso de crianças, o assédio e o extremismo.
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