A cerca de duas semanas da tomada de posse de Joe Biden como novo presidente, Donald Trump assinou uma nova ordem executiva que proíbe as transações através de 8 aplicações de pagamento chinesas, dando um prazo de 45 dias para o Departamento do Comércio colocá-la em prática.
Da nova lista constam a Alipay, CamScanner, QQ Wallet, SHAREit, Tencent QQ, VMate, WeChat Pay e a WPS Office. A ordem assinada a 5 de janeiro defende que, de modo a proteger a segurança nacional, o país tem de tomar “medidas agressivas” contra os developers de aplicações chinesas.
“A omnipresença e o ritmo de propagação de certas aplicações mobile ou para desktop nos Estados Unidos, assim como de outros tipos de software desenvolvidos ou controlados por pessoas na China continua a ameaçar a segurança nacional, política externa e economia do país”, afirma o presidente cessante.
O documento detalha também que as aplicações em questão são capazes de “aceder e capturar vastas quantidades de informação dos utilizadores, incluindo dados privados ou sensíveis que poderão ser usados para identificá-los”. A recolha de informações permitiria à China “monitorizar a localização de funcionários e colaboradores de agências federais e organizar dossiers com dados pessoais”.
No documento, Donald Trump faz também referência às medidas tomadas pelo governo indiano, que em 2020 anunciou a proibição de 200 aplicações chinesas como forma de garantir a segurança nacional do país.
Em comunicado, Wilbur Ross, secretário do Comércio dos Estados Unidos, confirma que o Departamento vai começar a implementar as diretivas da ordem executiva, incluindo a identificação das transações proibidas.
A tensão nas relações comerciais entre os Estados Unidos e China foram um dos aspetos que marcaram os quatro anos do governo de Donald Trump. Recorde-se que em agosto do ano passado, a sua Administração tentou banir tanto o TikTok como o WeChat nos Estados Unidos.
Por entre uma autêntica saga de maratonas negociais, múltiplos processos judiciais e um acordo entre a Oracle e o Walmart para a compra do TikTok com a “bênção” de Donald Trump, ambas as aplicações acabaram por “escapar” à proibição.
No caso do TikTok, o governo de Donald Trump continua convicto de que a aplicação está a ser utilizada pela China para aceder aos dados pessoais dos utilizadores. A sua intenção de impedir a utilização da app nos Estados Unidos mantém-se, tendo recorrido recentemente de uma decisão judicial que impede o Departamento do Comércio de impor restrições ao TikTok, que levariam à sua interdição.
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