Em 2022, a Apple pagou 60 mil milhões de dólares aos programadores que desenvolveram e mantêm aplicações na sua App Store, usada semanalmente por 650 milhões de pessoas, de 175 países. Os números foram revelados pela empresa e traduzem um crescimento de 23,1% face a 2021, quando o valor pago, em termos acumulados desde 2008, ascendia a 260 mil milhões de dólares.
Este é um número que também revela a capacidade da loja para aumentar o volume de receita gerada, ainda que nem todos façam a mesma leitura dos valores apresentados. Ainda assim, e voltando à soma dos valores acumulados desde que a loja foi criada, em 2008, a Apple já entregou 320 mil milhões de dólares aos programadores que a alimentam.
Tendo em conta que estes programadores recebem 70 a 85% da receita gerada pela subscrição, ou compras nas suas aplicações, consoante a Apple aplique uma taxa de 30% ou 15% sobre a venda, é possível calcular que a App Store terá gerado receitas brutas totais na ordem dos 70 a 85 mil milhões de dólares em 2022.
As contas desta vez foram feitas pela CNBC, mas este é um cálculo que já tinha sido tentado outras vezes e que a Apple diz que dificilmente sairá rigoroso, dadas as diferentes condições aplicáveis aos programadores. Segundo a empresa, a grande maioria dos programadores hoje são já elegíveis para o programa que permite a redução da taxa a metade, aplicável a quem fatura mais de 1 milhão de dólares anualmente na App Store, mas existirão outras variáveis a considerar nas contas.
Os dados divulgados pela Apple também revelam outros indicadores. Em 2022, as subscrições pagas nas plataformas cresceram 20,8%, para 900 milhões - número total de subscrições pagas. Em 2021, este número tinha ficado nos 745 milhões.
Mas ainda que 2022 tenha sido mais um ano de recordes, os dados disponibilizados pela Apple chamaram a atenção por outra razão. Revelam um abrandamento no ritmo de crescimento da App Store, que o mercado financeiro está a valorizar, dado o peso da loja nas receitas da unidade de serviços da Apple, assegura a CNBC.
Na verdade, os resultados do ano fiscal de 2022 da Apple já mostravam a pressão a que esta unidade estava sujeita para fazer crescer, ou mesmo manter, um nível de receita que, como aconteceu em muitas outras empresas, tinha sido acelerado pelo crescimento das compras de conteúdos multimédia, durante os confinamentos motivados pela Covid-19.
No último ano fiscal da Apple, os resultados desta divisão cresceram 14% para 78,1 mil milhões de dólares. No ano anterior tinham crescido quase o dobro, 27%.
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