Para jogar os jogos de realidade aumentada Pokémon GO e Harry Potter: Wizards Unite, produzidos pela Niantic, os jogadores necessitam partilhar a sua localização, pois só assim funciona a experiência de apanhar monstrinhos e criaturas mágicas no “mundo real”.
Segundo uma extensa investigação do website de videojogos Kotaku, que analisou dados de 10 jogadores voluntários, com mais de 25.000 localizações registados no sistema, é referido que a Niantic mantém uma média de três locais por minuto durante as partidas ativas do jogo de feiticeiros, o dobro de Pokémon GO. O registo de um desses jogadores revela que foi gravado um registo a cada hora por dia, sugerindo dessa forma que a app de Harry Potter estava a recolher a localização e a partilhar com a empresa, mesmo quando a app estava aberta em fundo, mas se estar a ser utilizada.
A Niantic confirmou ao Kotaku a recolha de dados, salientando que se tratou de um bug na versão Android, entretanto já corrigido. A empresa referiu também que os utilizadores podem pedir a qualquer altura que esses dados sejam apagados.
Os dados recolhidos podem ser utilizados por terceiros, com propósitos maliciosos, permitindo discernir padrões de comportamento, assim como detalhes íntimos da vida dos utilizadores e locais que frequentam. A publicação chegou mesmo a confrontar as informações recolhidas com os jogadores, durante cinco dias, para testar o potencial perigo dos mesmos em mãos alheias.
No total, nesses cinco dias foram registadas 2.304 localizações de um único jogador, e não foi difícil verificar, pela visita constante aos mesmos locais, a sua morada de trabalho ou da casa do mesmo. Os dados permitiram mesmo mapear rotas de deslocação, paragens para refeição e respetivos hábitos. Na análise ficou provado que o utilizador consumia regularmente refeições no Burger King.
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