A tecnologia em torno dos ecrãs está em constante mudança, tendo como objetivo melhorar a experiência do consumo dos conteúdos, seja a ver um filme ou série de televisão, a jogar um videojogo e claro, a trabalhar. A última edição da CES mostrou algumas tendências importantes dos ecrãs para 2023 e para a frente, com as fabricantes a expandirem conceitos, tamanhos e formas, procurando oferecer mais nitidez e brilho de imagem, mas também imersão dos conteúdos.
São vários os formatos de ecrã que são apresentados ao mercado, sobretudo no segmento de smartphones. Os ecrãs apenas dobráveis (que já chegaram também ao PC) estão a entrar na banalização e já se fala na possibilidade de estes serem esticáveis, contorcidos ou dobráveis, sem ficarem destorcidos ou danificados. No caso do conceito apresentado pela LG, o ecrã utiliza um substrato resiliente produzido com um silício especial utilizado nas lentes de contacto. Na prática, um ecrã de 12 polegadas pode ser esticado até 14 polegadas.
Mas fora do domínio dos smartphones e tablets também se inova no campo dos ecrãs. Na CES 2023 viu-se mais ecrãs curvos, mais brilho e maiores taxas de atualização, assim como os portáteis a adotarem superfícies maiores. E se antes um ecrã OLED era encontrado nos modelos mais caros, topos de gama, atualmente são mais acessíveis, abrindo portas ao Mini-LED. E o regresso do 3D estereoscópico, mas sem a utilização de óculos? Foram várias as tecnologias em destaque que se preveem serem tendência a partir de 2023.
Conheça as principais tendências de ecrãs para 2023:
1 - Portáteis apresentam ecrãs maiores de 18 polegadas
Os computadores portáteis de 16 polegadas eram considerados como o comum do tamanho de ecrãs, mesmo que houvessem modelos que pudessem chegar ao máximo de 17 polegadas. A CES 2023 mostrou que as fabricantes estão prontas a aumentar o tamanho dos seus modelos topo de gama, com ecrãs de 18 polegadas.
A Asus revelou o seu ROG Strix Scar 18, introduzindo no mercado o ecrã Nebula de 18 polegadas com sQHD e com uma taxa de refrescamento de 240 Hz. Modelo obviamente artilhado com Intel Core i9 de nova geração e GPU RTX 40. A Asus não foi a única a aumentar o ecrã, a Acer também o seu modelo Predator Helios 18, exatamente com as mesmas especificações. E como não existem duas sem três, também a Razer refrescou a sua linha Blade com um ecrã de 18 polegadas, assim como um rácio de 16:10, de forma a oferecer maiores áreas de imagem.
2 – Monitores de gaming são cada vez mais curvos
A procura de imersão significa a oferta de ecrãs panorâmicos e a tendência é de os tornar mais curvos aos gamers mais exigentes. A Samsung revelou os novos modelos da sua linha Odyssey Neo, com proporções que chegam às 57 polegadas e uma curvatura 1000R. Além de resoluções 4K, com taxas de atualização a 240 Hz, os monitores utilizam tecnologia quantum dot OLED, capazes de oferecer taxas de contraste dinâmico. O seu modelo Ark de 55 polegadas pode mesmo ser utilizado na vertical.
A LG também revelou um monitor da linha UltraGear para gaming, com um modelo de 45 polegadas, com uma curvatura 800R. Tem uma proporção de imagem 21:9 e uma resolução 3440x1440. Oferece proteção de emissões de luzes nocivas azuis e outras tecnologias de topo para gamers exigentes. A Philips e a sua nova linha de gaming Evnia também exploram as ofertas de ecrãs curvos, sobretudo no modelo de 34 polegadas, oferecendo uma resolução 1440p e suporte a HDR 1400.
A Corsair foi um pouco mais ambiciosa e introduziu um novo formato de ecrã, sendo este plano com a possibilidade de os utilizadores curvarem o mesmo através das suas pegas laterais. Tem um tamanho de 45 polegadas com uma curvatura até 800R.
3 – Mini LED começa a fazer parte das propostas topo de gama
Apesar da tecnologia Mini-LED não ser uma novidade no mercado, esta é cara, mas está a chegar a cada vez mais ecrãs de portáteis e monitores. A tecnologia permite um maior controlo de iluminação, assim como o rácio de contraste da imagem de forma a se obter pretos mais profundos e brancos mais brilhantes.
Os novos monitores Evnia da Philips oferecem retroiluminação mini LED em 1.152 zonas, destacando-se o seu contraste e brilho. Também os monitores Odyssey Neo da Samsung apresentam tecnologia de Mini LED com taxas de atualização de 240 Hz.
O modelo topo de gama dos portáteis da Asus, o Zephyrus G14 tem um ecrã ROG Nebula Mini LED, com uma taxa de refrescamento até 165 Hz. É um computador para profissionais, com certificação Pantone e Dolby Vision. Também a Razer introduziu a tecnologia Mini LED no seu modelo Blade 16, capaz de alternar entre as resoluções de 4K e 1080p, adaptando respetivamente a sua taxa de refrescamento entre 120 Hz e 240 Hz. O seu ecrã consegue oferecer até 1.000 nits de brilho para conteúdos HDR.
4 – O OLED torna-se mais acessível e comuns
Depois dos LCDs, o OLED começa a ser a tecnologia de base para grande parte dos modelos no mercado. Isso deve-se ao facto do OLED ser agora mais acessível do que há alguns anos, sendo encontrado nos ecrãs de computadores de gama média. E não só nos computadores, como smartphones, televisores e até óculos de realidade virtual.
Aos poucos o OLED está a tornar-se o standard, pela relação de qualidade de imagem com a sua poupança de energia. Na CES foram muitos os modelos da Asus, Lenovo, Acer ou HP que ofereciam equipamentos com ecrãs OLED, nos diferentes preços e categorias. A Lenovo, por exemplo, revelou o Yoga Book que tem dois ecrãs de 13,3 polegadas, sendo uma das suas estrelas do evento em Las Vegas.
Já a LG afirma que os seus novos monitores UltraGear foram os primeiros do mundo a utilizar uma taxa de refrescamento de 240 Hz em painéis OLED, à data da sua revelação, com tamanhos de 27 e 35 polegadas.
5 – Ecrãs com maiores taxas de refrescamento
Os habituais 120 e 144 Hz de taxa de refrescamento estão a aumentar para o dobro ou mais. Como referido, os 240 Hz dos painéis OLED da LG são apenas a ponta da tendência que se espera no futuro. Na CES, a Asus revelou mesmo o primeiro monitor de gaming com uma taxa de 540 Hz do mundo, o ROG Swift Pro PG248QP. Este foi concebido para a competição, utilizando tecnologia esports TN que oferece tempos de resposta em cerca de 60% mais rápidos que os painéis convencionais. Tem 24,1 polegadas e uma resolução máxima de 1080p.
Por norma, quanto mais alta for a resolução do ecrã, menor será a taxa de refrescamento. Por exemplo, um bom monitor de gaming a 4K teria uma boa taxa de refrescamento a 144 Hz, o que é bastante aceitável para a experiência geral. Mas as exigências do gaming competitivo nos eSports tem puxado pelas taxas, mesmo em ecrãs com maiores resoluções.
A tecnologia de Mini LED apresentada nos modelos de computadores já permite que as fabricantes ofereçam modelos com a capacidade de alterar entre as taxas de refrescamento 120/240 Hz, mediante a resolução 1200/4K, como é o caso do Razer Blade 16. Assim, os 120 Hz deverão passar a ser o mínimo nos equipamentos no futuro próximo.
6 – Tecnologia 3D estereoscópico sem óculos
O primeiro filme de Avatar de James Cameron lançou a febre do 3D estereoscópico nas salas de cinema, mas também em casa com os televisores com ecrãs 3D, assim como certos monitores e portáteis. Os óculos 3D passaram a fazer parte da nossa vida de entretenimento, até lentamente se perder e deixar de ser tendência.
Coincidência ou não, 13 anos depois, a sequela de Avatar começa a mexer novamente com a indústria e foram apresentados modelos de computadores na CES com suporte a 3D estereoscópico, desta vez descartando o uso de óculos 3D. Certamente que se lembra da tecnologia que a Nintendo introduziu na sua consola portátil 3DS? É semelhante na oferta dos portáteis revelados.
A Asus revelou a tecnologia Spatial Vision em dois modelos de portáteis, o Vivobook Pro 16 3D OLED e o ProArt StudioBook com ecrãs OLED capazes de transmitir imagens 3D sem óculos, que a marca considera ser a primeira do mundo a utilizá-la em OLED. Para já a marca está a divulgar a tecnologia para um ambiente profissional.
Por outro lado, a Acer também já oferecia a sua tecnologia SpatialLabs, um sistema para computadores profissionais, permitindo gerar gráficos e outros elementos expansíveis para fora do ecrã em 3D estereoscópico. A marca decidiu agora expandir a tecnologia ao gaming, permitindo jogar alguns dos jogos mais conhecidos do mercado sem a necessidade de óculos, como o God of War, Kena: Bridge of Spirit, Octopath Traveler, Ori and the Will of the Wisps e Psychonauts 2. Para marcar a expansão da sua tecnologia ao gaming, a Acer revelou o portátil Predator Helios 300 SpatialLabs Edition e o ecrã Acer SpatialLabs View.
7 – Aumento do brilho nos ecrãs dos televisores
A CES 2023 ficou igualmente marcada pelos televisores a escalarem no brilho. A gestão do brilho através de inteligência artificial permite obter mais intensidade nos modelos revelados.
A LG, por exemplo, revelou os modelos G3 OLED, com uma nova arquitetura de controlo de luz, conseguindo aumentar o brilho até 70% face à sua geração anterior. O mapeamento de brilho é controlado ao pixel, resultando em imagens mais nítidas e realísticas, obtendo 2.000 nits de brilho. A Samsung também diz que os seus modelos equipados com o novo painel baseado em materiais OLED HyperEfficient EL combinando com a otimização de software garente igualmente 2.000 nits de brilho.
A Hisense foi a fabricante que elevou a 2.500 nits o maior pico de brilho. O modelo ULED UX tem um ecrã com 85 polegadas, resolução 4K assente num painel mini LED QLED. A sua plataforma ULED X é apontado como capaz de atingir três vezes mais contraste do ambiente e duas vezes o seu alcance dinâmico.
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