Na edição de 2023 a Inteligência Artificial já subiu ao palco do Building the Future com uma “conversa” ao vivo de Andres Ortolá, diretor geral da Microsoft, com um modelo de IA Generativa, e em 2024 dominou claramente os temas do Building the Future. Este ano é novamente incontornável mas Paulo Dias, Chief Transformation Officer da iMatch, diz que está mais focada no poder transformador da IA para as pessoas e organizações, e garante (o que se esperava) que “não vamos parar por aqui”.

Este ano o evento está concentrado num único dia, 19 de fevereiro, e decorre no sítio do costume, o Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. As inscrições estão abertas para a participação presencial e online e são gratuitas, mas os lugares são limitados para quem quiser assistir ao vivo.

Este não é um evento sobre tecnologia, mas sobre o poder transformador da tecnologia”, afirma, lembrando que a Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia de largo espectro, agregando várias dimensões. E por isso no Building The Future vai falar-se de áreas que vão da produtividade à relação com o cliente, tomada de decisão, transformação de processos, cibersegurança, a utilização legal e uso responsável da IA.

Na agenda há oradores de “grande impacto mundial”, com nomes como o mestre de xadrez Garry Kasparov e Stephen Attenborough, pioneiro da exploração comercial do Espaço e membro do conselho da Virgin Unite US.

“Temos apresentações inspiradoras mas também casos concretos, com aplicação da tecnologia em diferentes sectores”, destaca Paulo Dias, que está intensamente envolvido na preparação da agenda e articulação das várias apresentações.

Ao longo do dia a organização estima que passarão pelo Pavilhão Carlos Lopes cerca de 2 mil pessoas e que, entre presencial e online, se somarão mais de 10 mil participantes. “Nas seis edições do Building The Future somámos mais de 90 mil participantes”, explica Paulo Dias, que admite porém que é sempre difícil de antecipar estes números.

Desde que começou em 2019, o Building The Future já teve edições totalmente presenciais, modelos “mistos” e duas edições online, durante a pandemia de COVID-19. Este ano volta a disponibilizar os dois tipos de acesso, online e presencial. A duração do evento também já foi de 3 dias, passou a dois e agora é de apenas um dia, mais concentrado, passando a data de janeiro (como começou) para fevereiro.

Este ano o Building the Future é imediatamente seguido pelo AI Tour da Microsoft, um evento internacional que passa também por Portugal e que está centrado na tecnologia da empresa.

Questionado pelo SAPO TEK, Paulo Dias admite que o tema da IA é muito falado, “mas não sei se é suficiente” e aponta o paradoxo de algum afastamento da adoção da tecnologia que ainda se verifica. Mesmo assim, usando a experiência da consultora iMatch e o conhecimento acumulado com a organização do Building the Future, reconhece que principalmente nas grandes empresas “já passámos de uma fase de prospeção para adoção real da tecnologia”, com casos práticos onde estão a tirar partido do potencial.

Queremos mostrar projetos que estão a catalisar a tecnologia e trazê-los de forma mais generalizada para as PME”, sublinha. Paulo Dias assume que pode haver uma visão romântica sobre a dimensão do humanismo, dos valores e da ética da Inteligência Artificial porque depois há as influências do mercado, mas essa é uma visão que o evento também quer trazer para o palco.

O potencial positivo “é muito forte” só que “requer atenção, esforço, vigilância e ação” em relação aos fatores de disrupção, para uma IA responsável. “Temos sobretudo de usar isto como impulso, vencer a barreira da inércia e começar a aplicar a tecnologia”, destaca.