No final deste ano, as receitas do 5G devem já alcançar os 73 mil milhões de dólares, num crescimento de 250% face ao ano passado, quando totalizaram 20 mil milhões de dólares. Se as contas da Juniper Research baterem certas, isto significa que a quinta geração móvel representará já, no final de 2021, 8,5% das receitas dos operadores. Esta fatia vai continuar a aumentar com o crescimento expectável das receitas, que devem atingir os 600 mil milhões de dólares em 2026. 

Esta evolução liga-se diretamente à evolução também prevista no número de utilizadores destes serviços. A empresa de estudos de mercado já tinha estimado que no final deste ano vão existir em todo o mundo 310 milhões de utilizadores de serviços 5G e que, nos próximos cinco anos, o número vai disparar para os 3,2 mil milhões. 

Os mesmos números revelavam, ainda assim, que a receita média mensal por cliente tende a cair com o 5G - este ano o ARPU médio de um subscritor de serviços 5G deve rondar os 29 dólares e em 2026 não deverá ir além dos 17 dólares. 

A Juniper alerta, além disto, para os desafios que os operadores terão pela frente com o 5G, sobretudo para gerir o enorme aumento de tráfego de dados, esperado com a massificação da tecnologia e com o crescimento do mobile gaming, das soluções de realidade imersiva, entre outras. 

Os cálculos antecipam que os dados gerados a partir de redes 5G cheguem aos 1,5 milhões de petabytes, a nível global, em 2026, o equivalente a 214 milhões de horas de streaming de vídeo em 4K. Também antecipam que 80% dos dados gerados a partir de 5G vão ter origem em serviços de banda larga móvel. 

As soluções de virtualização e orquestração das redes serão críticas para gerir esta explosão de tráfego, bem como as infraestruturas de backhaul em fibra, que vão ajudar a evitar situações de sobrecarga de tráfego nos serviços de banda larga móvel 5G, alerta também a Juniper que compila estas conclusões no estudo 5G Monetisation: Business Models, Strategic Recommendations & Market Forecasts 2021-2026.      

Em Portugal, a atribuição das licenças que vão permitir operar o 5G continua em marcha, sem fim anunciado. Esta segunda-feira o leilão completou o seu 189º dia e segue com um encaixe potencial de 501,21 milhões de euros. O plano prevê que a tecnologia esteja operacional em 2023. Portugal, a par da Lituânia, está já na cauda da Europa, no que se refere ao lançamento de serviços de quinta geração