A Ookla já tinha mostrado como o desempenho das redes móveis em Portugal e Espanha se deteriorou progressivamente durante o apagão de 28 de abril e, agora, avança com uma nova análise mais aprofundada. 

De acordo com o relatório, no pico do apagão, mais de metade de todos os utilizadores de redes móveis em Espanha ficaram sem acesso a serviços de telecomunicações. 

A percentagem de utilizadores afetados por uma perda total de rede, ou seja, sem possibilidade de fazer chamadas, enviar mensagens ou de utilizar dados móveis, “saltou” dos 0,5% para mais de 50% em várias regiões espanholas.

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Segundo os especialistas, esta situação traduziu-se num “colapso grave, generalizado e histórico da rede móvel”, que se agravou ao longo do dia à medida que os sistemas de backup das operadoras se esgotavam.

A cerca de 30 minutos após o início do apagão, a proporção de utilizadores sem acesso a redes de telecomunicações subiu rapidamente, à medida que antenas de menores dimensões e estações de base com pouca autonomia começaram a ficar sem energia. Após duas horas, 12% dos clientes da operadora mais afetada foram impactados por uma perda total de rede.

Apagão: Impacto nas redes móveis foi mais acentuado em Portugal do que em Espanha
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O surgimento de novas falhas no acesso à rede abrandou enquanto os sistemas de bakcup das estações de maiores dimensões continuaram a funcionar. Mas, quando se esgotaram, houve uma nova "onda" mais acentuada de falhas ao final da noite.

A reposição das redes móveis acompanhou a do fornecimento de energia, com as interrupções a prolongarem-se pela noite, sobretudo nas regiões de Andaluzia e Galiza.

Todas as operadoras espanholas registaram falhas graves durante o apagão, no entanto, os clientes da Vodafone foram menos afetados por perdas totais de rede, indica o relatório.

Os especialistas explicam que, entre quatro a oito horas após o apagão, altura em que todas as operadoras já tinham atingido um pico de falhas, os clientes da Vodafone tinham, em média, metade da probabilidade de ficarem totalmente sem rede em comparação com os da Orange, Movistar e Yoigo.

Os efeitos do apagão também se fizeram sentir nas redes móveis em Marrocos. Embora as redes elétricas não tenham sido afetadas pelo incidente, o país depende muito das ligações feitas através de Espanha nas camadas mais profundas da rede para assegurar a sua conectividade internacional.

Apesar de não existirem grandes alterações na percentagem de clientes da Orange Maroc e Maroc Telecom com perdas totais de rede, o relatório indica que o tempo médio de carregamento dos websites populares aumentou mais de 20% em comparação com o mesmo dia da semana anterior. Além disso, a qualidade da experiência dos clientes da Orange Maroc foi mais afetada devido a falhas na ligação submarina entre Marrocos e o território continental espanhol.