A Anacom revelou que as suspensões, cancelamentos de contratos e penalidades por falta de pagamento estão a preocupar os consumidores. Ao todo, entre 4 e 10 de abril, foram apresentadas 1.549 queixas no livro de reclamações eletrónico, mais 14% do que na semana anterior. A entidade reguladora revela que 64% das reclamações são relativas às comunicações eletrónicas, sendo 36% em relação à MEO, 34% à Vodafone, 25% à NOS e 4% à NOWO.

As principais preocupações manifestadas pelos utilizadores relacionam-se com a manutenção de serviços de comunicações sem penalização por atraso ou falta de pagamento ou a possibilidade de suspensão temporária dos contratos e de cancelamento de serviços sem penalização. A não resolução de falhas nos serviços ou a demora na ligação inicial de serviços são também queixas frequentes.

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Os consumidores queixam-se ainda das quebras e baixa velocidade da Internet fixa, vista pelos utilizadores como insuficiente face às exigências de teletrabalho e telescola atuais. O custo das  chamadas e a demora no atendimento nas linhas de apoio ao cliente dos prestadores de serviços é outra das reclamações comuns.

No que toca aos serviços postais, as reclamações aumentaram 38% face à semana anterior, perfazendo 36% do total de queixas registadas entre 4 e 10 de abril. As principais preocupações relacionam-se com atrasos ou falta de tentativa de entrega ao domicílio e falhas na distribuição, em especial no que toca à entrega de encomendas, refletindo a maior utilização e dependência destes serviços durante o período de pandemia. Os CTT foram alvo de 49% das reclamações, a DPD de 48% e os restantes operadores do mercado de 3%.