A Nokia anunciou esta manhã um plano de redução de custos, que implementará nos próximos 18 a 24 meses e conduzirá à eliminação de um máxima de 10 mil colaboradores.  A empresa anunciou o plano em comunicado e explica que o principal objetivo da medida é reduzir os custos da empresa entre 600 a 700 milhões de euros até 2023.  

A Nokia conta atualmente com cerca de 90 mil colaboradores. Quando terminar o programa de redução de custos quer ter entre 80 mil a 85 mil colaboradores, detalha a nota. 

Portugal é um dos países onde a Nokia tem atividade, com vários centros de desenvolvimento e serviços para clientes globais, que dão emprego a 2.200 colaboradores.  O centro mais recente foi anunciado no mês passado, quando a empresa e o Governo português assinaram novo memorando de entendimento para a criação de um Centro de Serviços Partilhados, que vai agregar serviços de suporte ao negócio nas áreas financeira e de logística da Nokia e deverá ter uma intervenção à escala mundial. O novo centro vai dar emprego a 300 colaboradores, segundo dados oficiais e vai integrar as instalações da empresa na Amadora. 

As operações da Nokia em Portugal passam pelas áreas de equipamentos de rede, software e serviços, mas também pela investigação e desenvolvimento para a Nokia global, através de unidades de inovação localizadas na Amadora e Aveiro. Portugal acolhe ainda um dos Centros Internacionais de Engenharia da Nokia, que gere remotamente redes de banda larga para alguns dos principais operadores mundiais.

No comunicado nada se refere sobre geografias, mas a empresa sublinha que os cortes de pessoal vão ser transversais às diferentes áreas da empresa, que desde outubro do ano passado adotou um novo modelo de operações à procura de “maior transparência, simplificação e custos otimizados”, como sublinhou também a comunicação. 

O plano de redução de custos não afeta a perspetiva de resultados positivos que a Nokia já tinha apresentado, reiterou agora a fabricante de soluções de rede e serviços móveis. Este é “um plano para reduzir a base de custos da empresa e investir em I&D e futuras capacidades, incluindo no 5G, na cloud e nas infraestruturas digitais, bem como noutras áreas que vão beneficiar a Nokia a longo prazo”, acrescenta o comunicado.

Em declarações ao SAPO TeK, Sérgio Catalão, diretor geral da Nokia Portugal, reitera que “este é um anúncio global da Nokia relacionado com o novo modelo operacional anunciado em outubro de 2020, e que prevê um melhor posicionamento da empresa face aos mercados em mudança e a um alinhamento com as necessidades dos clientes”. 

Sobre a operação em Portugal, o responsável apenas frisa que a Nokia está neste momento “a avançar com a implementação do novo Centro de Serviços Partilhados e acreditamos que os investimentos previstos em I&D irão beneficiar ainda mais a empresa e Portugal no futuro”.