Esta terça-feira terá lugar a primeira audição do processo judicial que opõe o regulador da concorrência dos Estados Unidos à Microsoft. O processo tem como objetivo bloquear a compra da Activision Blizzard pela Microsoft, por alegados impactos negativos para a concorrência.

Depois de vários meses a avaliar as intenções da Microsoft, a Federal Trade Comission concluiu que a Microsoft tem meios e motivos para prejudicar a concorrência, e consecutivamente os consumidores, com a compra do estúdio independente que gere franquias como o Call of Duty.

"Hoje procuramos impedir a Microsoft de ganhar controlo sobre um estúdio de jogos independente líder e usá-lo para prejudicar a concorrência em diferentes mercados de gaming, que são dinâmicos e que estão em rápido crescimento", defendia na altura em que foi conhecida a decisão da FCT de avançar para a justiça, a diretora Holly Vedova.

Esta terça-feira, dia 3 de janeiro, decorre a primeira audição pré-julgamento, onde ambas as partes se apresentam perante um juiz para expor argumentos a favor e contra o negócio de 69 mil milhões de dólares, que pode passar alguns dos jogos mais bem-sucedidos da indústria de videojogos para o controlo da dona da Xbox.

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O negócio da Microsoft foi anunciado em janeiro do ano passado, com a expectativa de estar concluído até meados deste ano. Quase duas dezenas de reguladores, em todo o mundo, decidiram avaliar o impacto do negócio nos respectivos mercados e só uma pequena parte já chegou a uma decisão. Na UE, o caso também continua a ser avaliado pela concorrência, previsivelmente até final do trimestre. No Reino Unido também está em curso uma investigação aprofundada, cujo resultado é esperado durante o primeiro trimestre.

A Microsoft tem assegurado que quer abrir o mercado a novos jogadores com a compra, e não o contrário. Já propôs um acordo aos concorrentes, onde garante o acesso por 10 anos à joia da coroa da Activision Blizzard, o Call of Duty, mas as promessas da empresa não têm chegado para convencer nem o principal concorrente, a Sony, dona da PlayStation, nem os reguladores.

A empresa já admitiu que está disposta a fazer outras cedências para poder levar o negócio por diante. Também já garantiu que vai lutar até ao fim, para manter a operação. Num dos documentos submetidos ao tribunal, citado pelo Engadget, volta a dar destaque aos argumentos que tem usado nos últimos meses. "A Comissão não conseguirá cumprir a sua intenção de mostrar que a transacção deixaria os consumidores em pior situação, porque esta permitirá aos consumidores terem acesso aos jogos da Activision em novas plataformas, de novas formas e de forma mais acessível", garante a Microsoft.