A inteligência artificial é o tema do momento e tem as empresas do momento. É nessa área que têm surgido mais startups e é também para essa área que tem sido direcionado mais investimento. As companhias com soluções de IA crescem rápido e atraem muito investimento.

É com base nesse sucesso que a Bloomberg alinhou a lista das 10 startups de inteligência artificial a manter debaixo de olho em 2024. Sem surpresas, o top é liderado pela OpenAI, dona do ChatGPT e na segunda posição surge a Anthropic. A primeira quase dispensa apresentações. Foi a empresa liderada por Sam Altman que revolucionou o conceito de IA, quando lançou o primeiro chat com inteligência artificial generativa. Os modelos da OpenAI foram evoluindo, e o mais inovador das versões recentes está já na capacidade de gerar vídeos realistas a partir de simples pedidos dos utilizadores.

A Anthropic é talvez o concorrente americano mais bem posicionado para concorrer com a OpenAI. Tem investidores de peso (como a Alphabet ou a Amazon) e fundadores também eles de respeito. Foi criada por antigos funcionários da OpenAI que têm uma visão diferente sobre o caminho que deve seguir o desenvolvimento de LLMs.

No terceiro lugar da tabela está a Suno, que tal como a ElevenLabs, não captaram os volumes de investimento das concorrentes, mas têm tecnologias muito promissoras para aquilo que se propõem fazer. No caso da Suno, a sua tecnologia de IA ajuda qualquer pessoa sem conhecimento (ou talento) a gerar músicas de diferentes géneros. Consegue produzir canções complexas, com vozes incluídas e resultados que não têm agradado à indústria musical, enfrentando já alguns processos por isso. A empresa é acusada de treinar os seus modelos de IA com músicas protegidas por direitos de autor, sem ter autorização para isso.

A ElevenLabs desenvolveu um software de clonagem de voz tão avançado que tem sido usado para concretizar o melhor e o pior da tecnologia. Foi usado para imitar a voz de Joe Biden no caso das chamadas a demover os eleitores de New Hampshire de irem votar. Está a ser usado por uma deputada norte-americana da Virgínia, Jennifer Wexton, para comunicar, depois desta ter perdido a capacidade de falar por causa de uma doença neurológica, como explica a Bloomberg.

A ElevenLabs surge aqui na 10ª posição da tabela. Antes dela, e logo a seguir à Suno, está Perplexity. Com Jeff Bezos, o SoftBank e a Nvidia na lista de investidores, está a fechar uma nova ronda que pode aumentar-lhe a valorização para 3 mil milhões de dólares. Quer reinventar as pesquisas online, com a ajuda da IA generativa.

A meio da tabela surge a francesa Mistral, a concorrente europeia mais sonante da OpenAI e a empresa da região que até à data conseguiu reunir mais fundos para criar LLMs poderosos. Foi fundada por ex-colaboradores da Google e da Meta. E por falar em vontade de ocupar o lugar da OpenAI, a xAI surge na 6ª posição da tabela e foi fundada por Elon Musk, que parece não ter dificuldade em angariar capital para o projeto. Faltam agora os resultados.

A ScaleAI, Cohere e CoreWeave ocupam os restantes lugares da tabela. Em comum têm o facto de trabalharem apenas com empresas. No caso da ScaleAI o negócio está focado em melhorar a qualidade dos dados que as empresas que desenvolvem LLMs vão usar. A Cohere, que também tem a Nvidia na lista de investidores, mais a Oracle, desenvolve grandes modelos de linguagem para empresas, usados por companhias como a Accenture ou a Salesforce. A CoreWeave ajuda as empresas que têm de treinar modelos de inteligência artificial a terem acesso a toda a capacidade de processamento de que necessitam. A startup aluga capacidade de computação na cloud.

6 promessas candidatas à liga de estrelas

A complementar a lista das 10 mais, a Bloomberg aponta o foco a outras seis startups que podem vir a figurar numa próxima edição da liga All Starts das startups de IA, acredita a publicação. Têm em comum o facto de estarem a atrair a atenção de investidores abastados ou serem fundadas por “cérebros” do setor. São elas a Congnition, Helsing, Imbue, Safe Superintelligence, 01.AI e Covariant.

A Cognition é uma concorrente do GitHub Copilot, a desenvolver código para IA. Tem um produto que é o Devin e garante ter feito um avanço único na capacidade de raciocínio de um modelo de IA.

A Helsing é europeia e tem uma avaliação de 5,4 mil milhões de dólares. Opera na área militar e tem um contrato com as forças armadas alemãs para trabalhar em caças, para além de acordos com a Airbus SE e a Saab AB para desenvolver capacidades de software autónomo para armas.

A Imbue desenvolve modelos de IA para criar agentes que podem vir a realizar tarefas complexas pelos utilizadores. Uma das áreas onde está a trabalhar é a da programação. Entre os investidores tem a Nvidia.

A Safe Superintelligence, como o nome indica, quer desenvolver uma IA segura e poderosa. É liderada por Ilya Sutskever, investigador que saiu da OpenAI em rutura com o CEO Sam Altman. Não tem data para apresentar um produto comercial.

A 01.AI é chinesa e há quem diga que tem o modelo de IA mais avançado do mundo. Em pouco meses atraiu muita atenção e investimento.

Covariant dedica-se ao desenvolvimento de robots inteligentes que possam realizar tarefas em armazéns, por exemplo. Foi fundada por antigos empregados da OpenAI e já angariou investimentos de 200 milhões de dólares.