
A pandemia obrigou a mudar hábitos e modelos de trabalho e algumas das mudanças forçadas dessa altura perduraram no tempo. Na tecnologia o trabalho à distância já era comum em algumas áreas, bem como os modelos híbridos que se instalaram completamente quando o mundo foi obrigado a ficar fechado em casa.
Noutras áreas, o teletrabalho também ganhou destaque, mas aos poucos o regresso ao escritório tem ganho espaço em muitas empresas e pode dizer-se que a opinião dos trabalhadores será um bom argumento para as organizações inverterem a marcha e voltarem às regras antigas.
As conclusões decorrem de uma análise da Adecco Portugal sobre o tema, que denuncia uma divisão de políticas a este nível entre sectores. As áreas mais digitais continuam a permitir total ou parcial flexibilidade quanto ao local de trabalho, enquanto sectores mais operacionais ou regulados exigem maior presença física.
Mais concretamente, sectores como a tecnologia, marketing e serviços partilhados mantêm uma forte aposta na flexibilidade, enquanto áreas como indústria, banca ou saúde têm vindo a reforçar o regresso físico aos espaços de trabalho.
A análise também destaca que empresas em várias geografias estão a testar novos limites para o trabalho presencial, “muitas vezes impulsionadas por preocupações com cultura interna, engagement e produtividade”.
Ainda assim, verifica-se que o modelo de trabalho híbrido continua a ser hoje o mais adotado, numa lógica de compromisso com formatos flexíveis ou busca de um equilíbrio ideal entre produtividade, bem-estar e cultura organizacional. Mas a realidade é cada vez mais heterogénea e o caminho que umas empresas encontram para manter este equilíbrio, não é o mesmo que outras.
“Não existe um modelo único. O verdadeiro desafio das empresas hoje está em encontrar fórmulas que garantam performance e proximidade, sem comprometer o equilíbrio e a motivação das equipas,” explica Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal.
As empresas que mantêm modelos híbridos, considerado o modelo ideal por 60% dos colaboradores auscultados num estudo global da Adecco, tornaram-nos mais estruturados. Seguem agora políticas claras, com métricas, rituais de equipa, momentos presenciais regulares e tecnologia de suporte à colaboração.
Já no que toca ao trabalho completamente remoto, a Adecco apurou no mesmo estudo internacional que um em cada três colaboradores reconhecem sentir-se menos ligados à empresa desde que deixaram o escritório. Sentimento de isolamento, dificuldade em desligar, perceção de barreiras à progressão de carreira e menor sentimento de pertença são temas destacados por estes colaboradores.
Ainda assim, a Adecco não considera que o trabalho remoto esteja a desaparecer, mas antes a “amadurecer". As empresas que conseguirem desenhar experiências consistentes, cuidar da cultura interna e manter a proximidade, independentemente do formato, vão liderar o futuro do trabalho”, destaca Alexandra Andrade.
Os dados de um estudo apresentado em maio pela Landing.jobs também vão no mesmo sentido e mostram que 50% dos trabalhadores de TI em Portugal trabalham em modo remoto, 44% em modo híbrido e apenas 6% em modo presencial. O remoto total é mais comum nos freelancers do que em quem trabalha a contrato, revela ainda a pesquisa que traça um perfil dos profissionais de tecnologia em Portugal e dos salários que ganham.
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