A estratégia de aquisições adotada mantém-se e, até ao final do ano, a Cegid ainda pensa comprar pelo menos mais três empresas. Quem sabe em Portugal, um país “onde há muita capacidade de inovação” e “excelentes recursos”, na opinião de Santiago Solanas.

O CEO da Cegid Ibéria, América Latina e África falou com os jornalistas à margem do evento "Cegid Unlimited", que decorre esta terça-feira em Lisboa, destacando o “compromisso” de futuro que a empresa mantém “com os seus clientes, parceiros e comunidade”.

O ano de 2022 foi de transição de Primavera para Cegid e atualmente a empresa está numa fase de “unificação”, com as aquisições que vão sendo feitas a nível ibérico - mas não só -, “abrangendo todo o potencial de mais de 27 anos de experiência que a Primavera já tinha apenas no mercado português, mas também ao nível dos PALOP”, nomeadamente Angola e Moçambique.

Depois de ter completado a compra de quatro empresas em 2022 - Gestiona3w, Informatica3, Firmamed e Seinfo -, até ao final do ano estão previstas mais três aquisições. Poderão ser em Portugal, um mercado que “vai ter um papel muito importante, entre outras coisas, no desenvolvimento de aplicações tecnológicas”, ou noutros países, sublinhou Santiago Solanas.

Acima de tudo, com as novas aquisições a Cegid quer reforçar as áreas de menor conhecimento. “Aspiramos a ser líderes em todos os segmentos do mercado, por isso olhamos para as áreas em que somos menos bons”.

Também faz parte dos planos da empresa continuar a alargar a rede de mais de 500 parceiros e 1.500 profissionais certificados, de modo a “apresentar um portfólio cada vez mais completo”, podendo mesmo haver troca de sinergias entre parceiros portugueses e espanhóis.

“Na nuvem” com a IA generativa “debaixo de olho”

A cloud vai permanecer uma aposta clara na atividade da Cegid. Em 2022, o negócio nesta área cresceu 30% e a previsão é de que continue a aumentar ao longo deste ano. No geral as receitas subiram 16% e tudo aponta para que o crescimento a dois dígitos também se aplique a 2023.

Já no início do próximo ano, será a altura para a empresa começar a aplicar as capacidades da inteligência artificial generativa aos seus produtos e serviços. Em janeiro avança um projeto piloto em Espanha na área do suporte técnico, com o objetivo de melhorar capacidade, tempos e precisão de resposta.

“Vamos usar a inteligência artificial para melhorar a forma de lidar com os clientes e parceiros. Vamos impulsionar a cloud com IA”, referiu Santiago Solanas, considerando que a inteligência artificial “é um mundo de oportunidades e cada indústria tem de ver a melhor forma de a aplicar”.