As ações da Intel caíram 7% antes da abertura dos mercados norte-americanos nesta sexta-feira. Em causa estarão as previsões de vendas pessimistas para o segundo trimestre, numa altura em que as empresas reorientam os seus investimentos para tecnologias de inteligência artificial, deixando para trás os gastos com centros de dados tradicionais e chips para computadores pessoais. Só este ano, as ações da Intel já caíram 30%, segundo indica a Reuters.

A Intel prevê agora, no segundo trimestre, receitas na ordem dos 12,5 mil milhões a 13,5 mil milhões de dólares (11,6 a 12,6 mil milhões de euros), um valor abaixo da estimativa média dos analistas que apontava para 13,57 mil milhões de dólares (12,7 mil milhões de euros), indicam os dados do London Stock Exchange Group (LSEG), parceiro da Reuters News para o mercado financeiro global.

A Intel planeia investir 100 mil milhões de dólares na construção e expansão de fábricas em quatro estados dos EUA. No início do ano anunciou um novo chip de IA, num esforço para acompanhar a concorrência da Nvidia que tem vindo a aproveitar a onda de interesse na tecnologia.

As empresas passaram a investir mais em processadores de servidores IA mais avançados e rápidos, o que afetou a procura de processadores (CPU) da Intel, que era há décadas os escolhidos para centros de dados.

Ainda assim, a Intel revela estar otimista, indicando que o início de novo ciclo de atualização dos PC, com uma nova versão do sistema operativo Windows da Microsoft, poderá ajudar a aumentar as vendas de computadores na segunda metade do ano. Na prática, esta mudança pode traduzir-se no aumento da procura de chips Intel naqueles equipamentos.

O relatório da empresa, divulgado nesta quinta-feira, contrastou com os fortes resultados da Microsoft e da Google, clientes da líder de chips de IA Nvidia e que também projetam processadores internos para seus centros de dados.

A Microsoft apresentou lucros de 21,9 mil milhões de dólares (cerca de 20,4 mil milhões de euros), um crescimento de 20% em termos homólogo.

A Alphabet, dona da Google, anunciou lucros de 23,66 mil milhões de dólares (22,13 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2024, representando um crescimento de 57,21% em termos homólogos. O resultado superou as expectativas do mercado. O volume de negócios aumentou 15,4% face na mesma comparação e situou-se nos 80,54 mil milhões de dólares (75,34 mil milhões de euros).