De acordo com o recém-divulgado Digital News Report 2021 da Reuters, cerca de três quartos dos portugueses que utilizam a Internet afirmam-se preocupados com o que é real e falso online.

"A desinformação relacionada com a COVID-19 domina o espectro dos conteúdos ilegítimos com que os inquiridos mais se depararam na semana anterior, seguida pelos conteúdos relacionados com política", refere o décimo relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o sétimo relatório a contar com informação sobre Portugal.

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Destaca-se ainda que "os portugueses que menos confiam em notícias dizem deparar-se mais com conteúdos desinformativos relacionados com imigração".

Entre as fontes que mais preocupam os inquiridos do estudo, "em termos de emissão de desinformação relacionada com a COVID-19 e com a pandemia, destacam-se o Governo, políticos ou partidos políticos nacionais (30%), seguidos pelos ativistas individuais ou movimentos ativistas".

Cerca de 16% afirmam-se "preocupados com a informação veiculada por outros cidadãos comuns, chegando aos 12,5% os que afirmam estar preocupados com a desinformação oriunda de jornalistas ou marcas de notícias".

No digital, o Facebook "é a fonte que mais preocupa os portugueses – 37,9%", enquanto os websites ou aplicações de notícias preocupam 16,8% dos inquiridos e as apps de mensagens, como o WhatsApp ou o Messenger do Facebook, são fonte de preocupação para apenas 13,6% dos portugueses.

"De forma agregada, observa-se que cerca de metade dos portugueses estão preocupados com desinformação relacionada com a pandemia nas redes sociais, sendo que aproximadamente seis em cada 10 preocupam-se com conteúdos parcial ou totalmente falsos com origem em redes sociais e 'apps' de mensagens", adianta.

Facebook e YouTube continuam a ser as redes sociais preferidas dos portugueses. Mas estão a perder utilizadores
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Além de dados sobre as perceções dos portugueses em relação à desinformação, oDigital News Report 2021 da Reuters dá também a conhecer que, embora o Facebook e o YouTube continuem a ser as redes sociais mais utilizadas pelos internautas nacionais (73,2% e 65,6%, respetivamente), "ambas as redes registam perdas de utilizadores face a 2020".

Enquanto parceiro estratégico, o OberCom – Observatório da Comunicação colaborou com o RISJ na conceção do questionário para Portugal, bem como na análise e interpretação final dos dados. O inquérito realizado foi realizado em 46 países no final de janeiro/início de fevereiro deste ano, com uma amostra total de 92.155 adultos com cerca de 2.000 por mercado (1.501 em Hong Kong).