A operação DisrupTor, conduzida por uma coligação de agências policiais de todo o mundo, deu origem a 91 detenções de suspeitos que vendiam e compravam bem ilícitos na Dark Web. Este desmantelamento forneceu aos investigadores dados e materiais quantitativos para identificar suspeitos por trás de contas da Dark Web utilizadas para atividades ilegais.

Ao todo foram detidos 91 vendedores, alegadamente envolvidos em dezenas de milhares de vendas de bens ilícitos. Os suspeitos foram detidos por toda a Europa (19 na Alemanha, 3 na Áustria, 3 no Reino Unido, 5 nos Países Baixos e um na Suécia. Nos Estados Unidos foram detidos 60 suspeitos, juntamente com mais 3 milhões de dólares em dinheiro e também criptomoeda. Também foi apreendido quantidades de substâncias estupefacientes, incluindo anfetaminas, cannabis, heroína, cocaína, MDMA e medicamentos contendo substâncias classificadas como psicotrópicas.

A investigação ainda continua a ser feita para identificar outros indivíduos com contas na Dark Web. O resultado apresentado foi fruto de diversas operações conjuntas, ainda que em separado, mas complementadas e coordenadas pela Europol e o Eurojust, incluindo ainda a Polícia Judiciária no grupo de forças policiais internacionais. O objetivo era mesmo causar um impacto global na venda dos bens ilícitos no mercado negro online.

Segundo Edvardas Šileris, chefe do Centro Europeu de Cibercriminalidade (EC3) da Europol, “a aplicação da lei é mais eficaz quando se trabalha em conjunto, e o anúncio de hoje envia uma mensagem forte aos criminosos que vendem ou compram bens ilícitos na Dark Web: A internet oculta já não é oculta, e a vossa atividade anónima não é anónima. A polícia está empenhada na localização e captura de criminosos, independentemente do local onde operem: seja nas ruas ou atrás de um ecrã de computador”.

As autoridades internacionais estão confiantes que os “tempos dourados” da Dark Web acabaram. E que este tipo de operações demonstram a capacidade das agências de combate ao crime, neste caso à encriptação e anonimato dos mercados da Dark Web. “A polícia não desmantela apenas esses mercados ilegais: persegue também os criminosos que compram e vendem bens ilegais através de tais sítios”, salienta no comunicado.

Em forma de “recado”, as autoridades destacam que os utilizadores que pretendem comprar bens ilegais na Dark Web estão expostos a diversos perigos, incluindo o acesso a drogas ilegais que colocam a vida em perigo, como o fentanil ou outras substâncias contrafeitas. Os utilizadores podem ser vítimas de burlões cibernéticos ou expor os respetivos equipamentos a software malicioso. As autoridades também conseguem detetar transações ilícitas até à sua origem, seja ao comprador ou vendedor. Os compradores são igualmente sujeitos a responder perante a lei em diversos países.

Nota de redação: notícia atualizada às 16:00 com mais informação.