Em entrevista à Lusa, o presidente do Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico e fundador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Investigação e Desenvolvimento alertou para o que considera ser um grave problema de cibersegurança em Portugal.
Para José Tribolet, se quem souber criar perturbações decidir, em vez de uma, “criar quatro, cinco, seis ou sete e a repetir massivamente durante uma semana, não há nenhum governo que resista”, ressalvando, porém, que as forças de segurança estão a par da situação.
De acordo com o professor "a fragilidade dos nossos sistemas vitais, os sistemas críticos que fazem a sociedade funcionar, é assustadora", sendo que estes ataques "não têm nada a ver com grandes potências nem exigem muito dinheiro". José Tribolet chega mesmo a afirmar que “com 100 mil euros e uma pequena equipa, deitaria abaixo o governo deste país em 15 dias".
José Tribolet cita como exemplo a administração pública, onde "não há um inventário dos sistemas, de equipamentos, das instalações ou até dos técnicos”, acrescentando que “a informação das conservatórias dos registos tem de estar protegida, guardada em bancos de dados que não estão ligados a nada. Têm de estar numa cave, algures numa gruta, bem protegidos fisicamente".
Para o professor e fundador do INESC a solução passa por envolver, num curso pago, as cerca de 40 empresas que operam sistemas sob concessão, concluindo que “não são precisos acordos ou criar institutos, nem o Estado precisa de meter dinheiro nisto".
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