Em preparação para as eleições presidenciais norte-americanas de 2020, o Facebook voltou a anunciar a chegada de novas medidas para tentar travar disseminação de informação falsa na plataforma ao longo deste ano. Embora ainda permita a existência de anúncios políticos, a rede social vai permitir aos utilizadores controlar a quantidade de publicidades de teor político ou que estejam relacionadas com assuntos de cariz social.

De acordo com Rob Leathern, diretor de gestão de produto do Facebook, numa publicação no blog da empresa, a plataforma quer ser mais transparente em relação aos anúncios que apresenta e dar mais poder ao utilizador, de forma a que este consiga controlar aquilo que quer, de facto, ver. O responsável afirma que a nova funcionalidade vem responder a um dos pedidos mais frequentes da comunidade: o excesso de anúncios políticos na rede social.

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“Ao contrário da Google, decidimos não limitar o alcance dos anúncios. Embora tenhamos pensado em fazer isso, percebemos a importância destas ferramentas para quem quer alcançar maiores audiências, como as ONG, grupos e campanhas políticas, sejam democratas ou republicanos”, esclarece o responsável.

Chega também uma nova funcionalidade que permitirá aos utilizadores limitar o número de anúncios que lhes são direcionados tendo por base os seus dados demográficos. A plataforma vai também expandir a sua Ad Library, o arquivo que demonstra todos os anúncios políticos presentes no Facebook e no Instagram, para passar a apresentar informação acerca de quantas interagem com as publicidades.

A decisão surge após o Facebook ter anunciado, em dezembro de 2019, um reforço nas suas medidas contra as fake news através de um programa piloto de verificação de informação comunitária. A iniciativa quer ajudar os parceiros oficiais de fact checking do Facebook a identificar e sinalizar conteúdo falso mais depressa.

Os membros da comunidade trabalharão com publicações potencialmente falsas que foram detetadas pelo sistema de inteligência artificial do Facebook, sendo que terão depois de encontrar fontes que apoiem ou neguem a informação em questão. As suas conclusões serão depois partilhadas com os parceiros oficiais de fact checking da empresa, de forma a que possa ser tomada uma decisão final.

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Ao longo dos últimos anos, o Facebook tem enfrentado pressão para combater a disseminação de informação falsa na plataforma e, em 2019, a empresa de Mark Zuckerberg ainda fez correr muita tinta. A rede social tomou medidas mais estritas, mas voltou a estar sob o escrutínio do público depois de se recusar a remover anúncios políticos que continham informação falsa.