Um estudo encomendado pela seguradora Hiscox à Forrester Consulting concluiu ter havido um aumento acentuado no número e no custo dos ataques cibernéticos. No âmbito do Hiscox Cyber Readiness Report 2019 foram inquiridas 5.400 organizações em sete países, sendo que 61% revelaram ter sofrido pelo menos um ataque cibernético em 2018.

Laura Tavares, responsável pela subscrição de Riscos cibernéticos da Innovarisk (que representa a Hiscox em Portugal), considera que “a evolução e mudança do foco dos ataques dos hackers, que passaram também a atacar as empresas de menor dimensão, vem comprovar que o risco é real e transversal”.

A especialista refere ainda que “apesar de lenta, a consciencialização para as ameaças que se avizinham tem aumentado. No entanto o fosso entre a perceção e a defesa ainda é desproporcional”. Para Laura Tavares, “as empresas devem investir de forma abrangente, tanto em formação especializada como em recursos tecnológicos e humanos para que, num momento de crise, a continuidade da atividade não seja posta em causa”.

O Hiscox Cyber Readiness Report 2019 refere também que mais empresas falharam no teste de resposta: usando um modelo quantitativo para avaliar a capacidade de resposta cibernética das organizações, apenas uma empresa em cada dez foi considerada “especialista” este ano, um valor ligeiramente abaixo dos 11% do estudo de 2018. Por outro lado, 74 % das empresas foram classificadas como “principiantes”.

O estudo conclui ainda ter existido um aumento dos custos por ataque. Entre as organizações atingidas, o custo médio de todos os incidentes aumentou de 229 mil para 369 mil dólares (cerca de 204 mil e 329 mil euros, respetivamente). No mesmo sentido, verificou-se um aumento das despesas com segurança cibernética realizadas pelas empresas. O gasto médio foi de 1,45 milhões de dólares (cerca de 1,29 milhões de euros) por empresa, sendo que a soma dos valores despendidos pelas 5.400 totalizou 7,9 mil milhões de dólares (sete milhões de euros) durante o ano de 2018.