De todos os transportes convencionais, os aviões são os mais automatizados. Hoje em dia os pilotos sentam-se no cockpit para registar alguns detalhes e para aterrar a aeronave em segurança, mas a navegação aérea é maioritariamente assegurada por um sistema de pilotagem automática. Mesmo em situações adversas, o avião utiliza mecanismos automáticos para se ajustar.

É certo que o nível de automação varia de companhia para companhia e de avião para avião, mas a tecnologia existe e não apenas em ambientes controlados. Está inserida nos aviões que nos transportam e é preponderante para a segurança dos passageiros. No entanto, numa altura em que a indústria caminha para a desumanização do controlo das máquinas, é de esperar que o tempo dos aviões autónomos, sem pilotos, acabe por chegar.

De acordo com um relatório do UBS, já só faltam oito anos para que os aviões autónomos descolem. A instituição financeira acredita que os sistemas de pilotagem autónoma podem ajudar a poupar cerca de 35 mil milhões de dólares por ano à indústria da aviação, um valor que seria maioritariamente atingido com a eliminação dos salários dos pilotos e dos seguros da tripulação.

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O maior obstáculo à utilização destes aviões, porém, está na reticência dos passageiros. Num inquérito realizado pelo UBS a 8 mil pessoas, 54% afirmou que recusaria viajar num avião sem pilotos. A percentagem, no entanto, tende a aumentar nas gerações mais novas. Dos millennials inquiridos, 30% disse estar disposto a ser pilotado por um sistema automático.

O banco acredita que a tendência vai inverter-se ainda antes de chegarmos ao fim da primeira metade deste século, mas sublinha que, agora, nem uma hipotética redução no preço dos bilhetes faria um passageiro mais reticente em concordar com a ideia.

Este sentimento tem raízes na ilusão do controlo, explica o piloto norte-americano John Cox. "Muitas das aeronaves mais modernas consegue já aterrar de forma automática", afirma numa coluna da USA Today recuperada agora pela Forbes.

Atualmente existem já várias companhias a testar aviões totalmente automáticos. A Boeing, por exemplo, revelou no passado mês de junho que estava a testar tecnologias de automação em simuladores e sublinhou que as inteligências artificiais podem, a curto prazo, substituir muitas das tarefas ainda desempenhadas manualmente pelos pilotos.